quinta-feira, 29 de maio de 2008

SILÊNCIO CRIMINOSO

O arcebispo anglicano e Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, denunciou, nesta quinta-feira (29), o silêncio e a cumplicidade da comunidade internacional em relação ao sofrimento da população de Gaza, na Palestina.

Em uma coletiva de imprensa, Tutu disse que o "silêncio" e a "cumplicidade" quanto ao bloqueio e as sanções contra a população de Gaza "envergonha todos nós".

As declarações de Tutu foram dadas ao fim de três dias de uma missão da ONU (Organização das Nações Unidas) que foi enviada para investigar a situação em Gaza, terra de mais de 1,6 milhões de pessoas, que vive um dos bloqueios mais selvagens da atualidade.

Tutu também afirmou que estava em estado de choque por conta dos relatos que ouviu sobre o massacre de 19 civis membros de uma mesma família cometido por terroristas isralenses em novembro de 2006, no norte da cidade palestina de Beit Hanoun.

Israel tem levado a cabo um cerco desumano sobre Gaza desde que o Hamas tomou controle do território após uma disputa com o grupo Fatah. Além do bloqueio, Israel promove constantemente ataques com aviões, helicoptéros e tanques contra a população civil palestina sob o pretexto de que está coibindo o lançamento de foguetes a partir de Gaza contra cidades israelenses. Em março, após uma semana de pesados ataques, mais de 125 pessoas morreram, entre elas, mais de 20 crianças e recéns-nascidos. Várias mulheres grávidas e outros pacientes palestinos morreram em decorrência da falta de assistência médica causada pelo bloqueio à Gaza.

O bloqueio de Israel, coincidiu com as sanções econômicas impostas por países ocidentais liderados pelos Estados Unidos à população de Gaza como punição pela vitória do Hamas nas eleições 2006.

Estas sanções revelaram a farsa pregada pelos quatro cantos do mundo por países que se dizem defensores e propagadores da democracia, mas que foram os primeiros a sabotarem a democracia palestina porque não aceitavam a vitória eleitoral do Hamas.

"O que vimos, mostra várias evidências de ter no minímo a possibilidade de crimes de guerra que precisam de mais investigações independentes", disse a professora britânica Cristine Chikin.

O relatório preparado pela delegação da ONU será levado ao Conselho dos Direitos Humanos da entidade, em Genebra, na Suíça.

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