quarta-feira, 25 de novembro de 2009

POR QUE DEMONIZAM AHMADINEJAD?

Lejeune Mirhan *

Em uma visita meteórica, de menos de 24 horas, esteve em nosso país, pela primeira vez na história, um chefe de Estado da Nação Persa. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad encontrou-se com o presidente Lula em Brasília no último dia 23 de novembro. A imprensa – que Paulo Henrique Amorim acertadamente chama de PIG, Partido da Imprensa Golpista – como sempre, o demonizou. Cabe-nos, neste espaço, tentarmos entender o porquê disso.



Uma nova farsa, uma nova mentira

Já se disse que uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade. Quanto alemães acreditaram nos discursos vazios, extremistas, nazistas, anti-semitas de Hitler? Como uma Nação inteira foi levada a um delírio coletivo, para apoiar os massacres, as perseguições, o holocausto perpetrado contra judeus, comunistas, ciganos e o povo alemão em si? Havia um secretário de propaganda eficiente. Chamava-se Joseph Goebels. Um expert, um verdadeiro profissional. Controlava a ferro e fogo toda a mídia, as rádios e os jornais (a TV estava iniciando suas transmissões).

Vimos isso entre 2002 e 2003, quando da segunda agressão ao Iraque perpetrada pelos EUA. O então secretário da Defesa, Collin Powell, orientado por George W. Bush, o Júnior, apregoou ao mundo inteiro que o Iraque tinha “armas de destruição de massa” (letal weppons destruction). Nenhuma agência de inteligência de qualquer potência ocidental atestava isso. Mas a mídia, que tudo tenta controlar, vestiu “essa camisa”. Propagava ao mundo essa versão fantasiosa, mentirosa. Pois, não é que após a invasão em 19 de março de 2003 a mentira veio à tona? O mundo viu que foi enganado, ludibriado. Mas, mesmo com as amplas mobilizações que fizemos nas maiores cem cidades do planeta, que levaram ás ruas mais de 20 milhões de pessoas, não conseguimos barrar a invasão. Claro, muita coisa mudou de lá para cá no mundo. A multipolaridade ampliou-se, a esquerda avançou na América Latina, Obama venceu eleições contra os Republicanos, ainda que siga decepcionando seus eleitores e o capitalismo de modelo financeiro entrou em bancarrota. Mas, o Iraque segue ocupado e assim deve ficar até final de 2011!

Desta feita, a “bola da vez” é a Nação Persa. O Irã tem sim um programa nuclear. Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica atestam as suas finalidades pacíficas. O Irã tem o direito inalienável de deter o ciclo completo da cadeia de enriquecimento de urânio, para fins medicinais, científicos e energéticos. O Irã se compromete com isso em todos os fóruns internacionais de que participa, mesmo optando em não ser signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear. Os estados Unidos possuem 11 agências de inteligência e de espionagem. Todas – vejam bem, eu disse todas! – atestam por unanimidade que o programa nuclear iraniano não tem capacidade de produzir uma só bomba sequer, pelo menos nos próximos anos, mas ainda assim, toda a imprensa fala da bomba do Irã! Porque isso?

Dei uma entrevista para a rádio CBN, no programa de Heródoto Barbeiro nesta segunda, quando Ahmadinejad já se encontrava em solo pátrio. Debati com o ultraconservador e reacionário professor da UFSM, Dennis Rosenfeld. Este fez a defesa de que o programa iraniano era exclusivo para fins militares e ele estava convicto disso. Eu disse que não. E que os objetivos da visita do presidente do Irã ao nosso país, que muito nos honra, somente servia para que o Brasil reafirmasse a soberania de sua política externa que hoje é reconhecida em todo o mundo pelas maiores nações. Menos no Brasil exatamente por essa mídia golpista.

Não é de se estranhar que o candidato queridinho da mídia, da direita, do consórcio PSDB-DEM-PPS, que atende pelo nome de José Serra (uns chama de Zé Pedágio outros ainda o chamam pelo seu nome verdadeiro de batismo, Zé Chirico), estampou na primeira página do jornalão da família Frias, Folha de São Paulo, o seu artigo onde chama Ahmadinejad de “ditador, visita inaceitável e fraudador de eleições”! O que é inaceitável e mesmo irresponsável é um pretenso candidato à presidente da República, dizer quem um presidente legitimamente eleito – foram 60 milhões de votos no 2º turno em 2006 – deve receber no pleno exercício do seu poder presidencial, na aplicação da política externa de governo e de Estado, que o presidente Lula vem exercendo. Isso é inaceitável e uma irresponsabilidade. Só nos mostra e confirma a quem essa figura esta servindo na atualidade, a que campo de forças ele se propõe a servir.

Tem razão o brilhante jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu site Conversa Afiada quando diz “o Irã tem um programa nuclear que provoca suspeitas nos Estados Unidos e por consequência no PIG; Israel tem bombas atômicas, o que não provoca suspeitas nos Estados Unidos e, por consequência, no PIG” (1). O Irã reafirma ao mundo que seu programa nuclear é pacífico. O Brasil confia nisso e a imensa maioria dos países do mundo também. Menos os golpistas da mídia. Mas por quê?

O jornal Hora do Povo, em sua edição de 25 de novembro, destaca na sua primeira página algumas pistas par entendermos os porquês de tudo isso. Diz lá a manchete “Adeptos do genocídio palestino atacam a política externa brasileira”! Estou plenamente de acordo com isso. Falou-se que Ahmadinejad negaria o holocausto judeu – e nunca fez isso – mas a mídia se cala diante do holocausto palestino cometido diariamente contra Gaza e moradores da Cisjordânia. Os que “protestaram” contra a presença de Ahmadinejad no Brasil – uns gatos pingados em Ipanema e em Brasília – portavam ostensivamente bandeiras de Israel e dos Estados Unidos!

Ora, as coisas assim se encaixam. Ahmadinejad é odiado pelas elites e pela imprensa golpista porque atua num campo da política e do direito internacional que da combate frontal ao imperialismo norte-americano. Porque combate o modelo de financeirização do capital. Porque defende alianças mais progressistas com governos e países de um campo mais avançado. Isso é fato, por mais que a mídia tente esconder e escamotear. Uma pena que setores iludidos e pretensamente de esquerda ainda caiam nesse canto de sereia.

O Irã na atualidade

Os dos mais inteligentes e competentes jornalistas na atualidade, Antônio Luis Monteiro Coelho da Costa, da revista Carta Capital, nos apresenta dados interessante sobre o Irã atual, Nação moderna e progressista, apesar dos problemas e de muito que se tem que modificar ainda (2):

• No Irã não se usa a burca típica do Afeganistão; quase não se vê também o nigab (veu que cobre o rosto), ainda hoje obrigatório na Arábia Saudita, nos Emirados do Golfo, no Iêmen, Paquistão entre outros;
• A participação das mulheres na sociedade iraniana é das maiores no mundo. Na economia, chega a 40% (maior que no Chile, Egito, Turquia entre outros); mais de 50% dos estudantes do ensino superior sã mulheres (igual à Holanda e maior que México, Chile, Turquia e a maioria dos países muçulmanos);
• Mesmo sendo questionado o modelo de eleições iranianas, onde o clero islâmico tem grande poder e influência, não há nada igual, nem de longe, nos países árabes, monárquicos – a imensa maioria – onde o povo quase nunca é chamado a votar;
• O Ocidente reverbera denúncias de fraude sem comprovação alguma, mas pouco destaque deu à monumental fraude no Afeganistão, onde o queridinho da mídia, Hamid Garzai – segundo a revista Vogue, um dos homens que melhor se veste no mundo – foi “reeleito” na base do “bico de pena”, no tapetão;
• O Irã é um país moderno, industrializado, com renda per capita maior que a nossa, que a da África do Sul, da Tailândia, entre outros;
• Em fevereiro do ano passado colocou em órbita, com recursos e tecnologia própria, um satélite de comunicação, o primeiro no mundo muçulmano;
• Suas montadoras de veículos fabricam mais carros que a Itália (um milhão de carros);
• 35% dos iranianos tem acesso à Internet, menos que o Brasil e este ano as projeções são de que atinjam 48%;
• A região metropolitana da Grande Teerã tem 13 milhões de habitantes, com moderna rede de metrô e de transporte público, muito superior a qualquer capital brasileira;
• Ao contrário do que diz a “revista” (folheto de propaganda) Veja, da família Civita, o Irã e seus mulás (clérigos da hierarquia islâmica), não querem a “volta à idade média”; ao contrário; querem a modernização, ainda que sob seu controle;
• Ainda que 98% sejam islâmicos no país, nem todos são persas (apenas 51%, como Ahmadinejad; uma segunda etnia forte e grande é a azeri, do líder espiritual Ali Khamenei, que sucedeu Khomeini, que era persa;
• Ao contrário de Israel, do Paquistão e mesmo do Iraque, na época de Saddam Hussein, o Irã nunca atacou seus vizinhos em nenhum momento ou reivindicou qualquer de seus territórios;
• É verdade que metade dos 80 mil judeus que moravam no Irã há 30 anos, quando da eclosão da Revolução Islâmica, emigrou para outros países; mas, os que lá permaneceram, até lutaram para derrubar a monarquia fascista do Xá Reza Pahlevi em 1979 e defenderam o aís dos ataques iraquianos entre 1980 a 1988; e hoje vivem um clima de ampla liberdade, sem nenhuma restrição ao seu culto, à sua educação judaica, às suas viagens e até seu principal líder, Haroun Yashayaei até criticou Ahmadinejad – sem ser punido! – por este questionar o holocausto.

Enfim, poderíamos nos estender a outros aspectos positivos da vida política, cultural e social do social da República Islâmica do Islã. Mas não será necessário. O ponto central é em torno de quem orbita esse pequeno gigante, imenso produtor de petróleo hoje no mundo. O Irã não faz o jogo dos estados Unidos. Muito ao contrário. Dá-lhe frontal combate. Ahmadinejad articula suas alianças hoje com a Venezuela de Chávez, a Bolívia de Evo e, claro, com o nosso Brasil sob o comando do presidente Lula. Se não fosse isso, não seria tão demonizado com vem sendo feito por essa imprensa golpista. Que tenta mentir ao mundo que á é uma ditadura, as eleições foram fraudadas e que o Irã quer a bomba. Tudo mentira.

Já nos primeiros anos do meu curso de Ciências Sociais – e já se vão 30 longos anos – na disciplina de Antropologia aprendi um conceito que a nós, sociólogos, nos é muito caro. O de “relativismo cultural”. Significa que devemos ver as outras nações, as outras culturas, as outras civilizações, diferentes das nossas, com um relativismo, procurando encarar seus hábitos e costumes com naturalidade, sem arrogância e sem a prepotência de achar que nossa cultura Ocidental é melhor e deve ser seguido por todos os povos da humanidade.

O povo do Irã escolheu esse caminho de forma soberana, autônoma, com liberdade. Fizeram uma Revolução em 1979, ainda que com rumos que eu até possa não estar de pleno acordo. Mas devo aceitá-los. O que entristece a turma dos golpistas da mídia e a sua elite, é que esse país soberano saiu da órbita dos Estados Unidos. Nunca nos esqueçamos – e o povo iraniano guarda isso bem guardado em sua memória histórica – dos episódios da nacionalização do petróleo levado à cabo pelo então primeiro Ministro Mossadegh em 1953. Não resistiu um ano e foi derrubado com a ajuda da CIA, que garantiu o controle do petróleo para os EUA e para a Inglaterra a partir daí até 1979, quando ele volta para o controle do povo.

Ai está, em poucas palavras, porque o Irã é tão demonizado por essa mídia golpista. Só por isso, já devemos ver com bons olhos esse grande país, de civilização milenar, organizada a partir do Grande Ciro, da Pérsia séculos antes da atual era cristã. Vida longa ao Irã!


* Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, escritor, arabista e professor. Membro da Academia de Altos Estudos Ibero-Árabe de Lisboa e da International Sociological Association. Artigo extraído do site www.vermelho.org.br



SILÊNCIO CÚMPLICE

Omar Nasser Filho*

Era uma manhã ensolarada do dia 16 de janeiro de 2009. As notícias dos ataques israelenses, que se seguiram a dois anos de feroz bloqueio, ainda não tinham alterado significativamente a rotina da família Al-Jarah. Mohammad, Ahmed, Wahid e Nur tomavam tranquilamente seu café da manhã no jardim de casa, na cidade de Gaza.

Não imaginavam que, em frações de segundos, suas vidas seriam, literalmente, despedaçadas por um míssil disparado de um avião não tripulado israelense.

Num átimo, uma família palestina inteira havia sido destroçada. "Nós encontramos Mohammad deitado ali, cortado ao meio. Ahmed estava dividido em três partes. Wahid estava totalmente queimado – seus olhos tinham ido-se.

Nur havia sido decapitada”, conta ao jornal britânico The Guardian um dos sobreviventes, Munir Al-Jarah, que está vivo por ter, naquele exato momento, se dirigido ao interior da habitação. Outra sobrevivente foi Fatheya, de 17 anos, que dormia em seu quarto naquele fatídico momento.

Durante os 23 dias de ataque contra a Faixa de Gaza – considerada o maior campo de concentração do mundo, onde 1,6 milhão de pessoas dividem um território de 450 quilômetros quadrados – 1.380 palestinos morreram, dos quais 431 crianças.

Os dados são da Organização Mundial da Saúde. Civis foram assassinados quando buscavam proteção em prédios da ONU, que, pela Lei Internacional, deveriam estar imunes a tiros de artilharia. Em seus ataques, o exército e força aérea israelenses usaram armamento proibido, como bombas de fósforo e de dispersão.

Estes fatos são, infelizmente, apenas parte da tragédia de um povo que há, pelo menos 60 anos, vem assistindo, diariamente, à invasão militar, ocupação e colonização de sua terra milenar. Inicialmente vítimas da ação de grupos terroristas judaicos como Lehi, Irgun, Stern, Palmach e Haganah, hoje são vítimas do terrorismo de estado: uma imensa estrutura militar voltada para a repressão e opressão de um povo que luta, apenas, pelo direito de existir na terra que há milênios é sua.

Sua tragédia foi corroborada pela ONU, que em 1948 aprovou um injusto plano de partilha da Palestina: aos árabes, que eram 68% da população total de 1,8 milhão de habitantes (ou 1,2 milhão de pessoas), foi destinado 45% do território; aos judeus, que respondiam por 31% da população total (553,6 mil indivíduos) foi entregue 55% da área. Um plano tão iníquo, certa e imediatamente contou com a crítica e a recusa árabes.

Nenhuma pergunta sobre estes temas foi colocada ao presidente Shimon Peres quando de sua recente visita ao Brasil. Silêncio cúmplice e criminoso imperou. Suas decisões como primeiro-ministro em 1996, quando ordenou, no dia 18 de abril, o ataque às instalações da ONU na aldeia libanesa de Qana, no qual 106 civis morreram – muitos deles crianças e mulheres – não foram questionadas.

O fato de Israel, que aponta o dedo acusadoramente contra o Irã, não ser signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, não permitir a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica e possuir bombas nucleares há décadas passou ao largo de sua visita.

Uma pretensiosa “intelectualidade” que se supõe defensora dos direitos humanos preferiu, eivada de boa dose de preconceito, criticar a vinda ao país do presidente re-eleito da República Islâmica do Irã, Mahmud Ahamdinejad, mandatário de uma nação com Produto Interno Bruto de R$ 1,4 trilhão (ou US$ 848 bilhões), o 17º do mundo e o maior do Oriente Médio. Um país amigo, soberano e com o qual o Brasil tem amistosas relações econômicas, culturais e políticas.

A República Islâmica do Irã não tem um só soldado seu invadindo território estrangeiro e não dispara um tiro sequer para oprimir minoria alguma, em qualquer lugar do mundo. Pelo contrário, tornou-se refúgio de milhares de iraquianos e afegãos que fugiram da opressão em suas terras natais.

Cristãos e judeus têm assento garantindo no Parlamento, que conta, na atual legislatura, com oito mulheres, deputadas eleitas pelo voto popular. O Ministério da Saúde é comandado por uma mulher, a ginecologista Marzieh Vahidi Dasjerdi.

Esperamos que, a partir desta importante visita, o relacionamento do Brasil com a República Islâmica do Irã frutifique em acordos de cooperação nas áreas da educação, saúde, aeroespacial e nuclear. Que muita desinformação seja eliminada. E que aprendamos, com este povo milenar, a respeitar o diferente, ouvir o próximo e a combater o preconceito.

* Omar Nasser Filho é jornalista, economista e mestre em História pela Universidade Federal do Paraná. É co-autor do livro “Um diálogo sobre o Islamismo”, editado em 2003 pela Criar Edições. O artigo foi extraído do site IBEI.


PROFESSOR DA UNB CRITICA CELEUMA SOBRE VISITA DE AHMADINEJAD

Por Iram Alfaia

Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Brasília (UnB), Antônio Jorge Ramalho da Rocha, poucas vezes, a visita de um chefe de Estado ao Brasil provocou tanta celeuma como a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Para ele, trata-se de um esforço legítimo da parte de quem quer multiplicar seus parceiros internacionais e reduzir o isolamento político. Ele advertiu que a sociedade iraniana vê-se como herdeira de um império milenar que merece respeito e prestigio internacional.

“Não se trata de um país recém-descoberto, mas de um povo que deu origem a religiões e filosofias (...) A Pérsia ensinou estratégia política aos gregos, filosofia aos hindus, poesia aos brâmanes. Um povo que cultua poetas e filósofos em suas praças públicas, além de guerreiros armados, merece pelo menos um olhar curioso, uma atitude de respeito”, diz o professor em artigo publicado nesta terça (24).

Na sua opinião desde que os Estados Unidos listaram o Irã no chamado “eixo do mal”, o país vem procurando novos interlocutores no cenário internacional. “Equivocadamente, o governo Bush tentou isolar o Irã, que reagiu buscando tecnologias, acesso a mercados e financiamentos junto a outros países. A tentativa de isolamento não apenas fracassou, mas contribuiu para fortalecer os conservadores na sociedade iraniana e para criar o único consenso entre os candidatos à presidência daquele país: o programa nuclear”.

O professor destacou ainda que, além dos tradicionais parceiros no Oriente Médio e na Ásia central, o Irã aprofundou relações com a China, Rússia e França. Diz que uma parcela progressista dequele país intensificou suas “interações com as sociedades ocidentais” o que facilitou uma recente reaproximação com os EUA na gestão de Barack Obama.

Segundo ele, curiosamente as visitas recentes do presidente de Israel, Shimon Peres, e dois dias depois do líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, não provocaram tanta celeuma. “O governo brasileiro não buscou isso ativamente, mas vem sendo chamado a participar de diálogos e concertações internacionais”, explicou.

Brasil como ator global

Para outro professor do curso Relações Internacionais da UnB, José Flávio Saraiva, o Brasil vem se habilitando a ator global. Não foi coincidência, segundo ele, num intervalo de dias a visita de três líderes do Oriente Médio.

“Ao Brasil e aos Estados Unidos convém uma pauta de cooperação mais estreita. Chegou o bom pretexto, que começou com Shimon Peres, presidente israelense, e segue até o desembarque do chefe de Estado iraniano, Mahmud Ahmadinejad”, diz Saraiva, em outro artigo. Ele também é diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI)

O professor argumentou que as visitas de israelenses, palestinos e iranianos são, portanto, um bom pretexto para estimular um novo padrão de cooperação entre os Estados Unidos e o Brasil.


Extraído do site www.vermelho.org.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

UNIÃO BRASIL E IRÃ





Fotos: Agência Brasil


A República Federativa do Brasil e a República Islâmica do Irã renovaram, nesta segunda-feira, as relações de amizades que já duram 100 anos. O presidente Lula e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, assinaram 23 acordos em áreas como a da economia, ciências, cultura, minas e energia.

Lula defendeu o programa nuclear pacífico do Irã. Por sua vez, o Irã defendeu que o Brasil ocupe um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).


A visita de Ahmadinejad, ao Brasil, e a viagem de Lula para o Irã, no ano que vem, pode elevar para R$ 10 bilhões o volume comercial entre os dois países.

Ahmadinejad venho acompanhado de uma comitiva de em torno 200 empresários, de setores como exploração de petróleo, serviços de engenharia, construção civil, automóveis, e software. Eles participaram do III Encontro Empresarial Brasil-Irã.

Amanhã (24), os empresários se reúnem na Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde serão apresentadas aos iranianos as oportunidades de investimentos e negócios no Brasil.

Ahmadinejad foi recebido também no Congresso Nacional pelo presidente do Senado, José Sarney, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e por vários outros parlamentares. O presidente iraniano fez um discurso onde pediu apoio do Brasil para a criação de uma nova ordem política e econômica mundial e para a solução da questão da Palestina.

Em termos gerais, podemos dizer que a vinda do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi um sucesso total, apesar das tentativas de sabotagem por parte dos judeus que apoiam e defendem o terrorismo e o genocídio de Israel, entidade nazista que massacra palestinos, libaneses e profere ameaças contra o Irã.

Fechou acordos em várias áreas e conseguiu apoio do Brasil para o seu programa nuclear. Porém, a vitória maior foi o fato de o Brasil ter ignorado as pressões dos defensores de Israel que não pouparam esforços para impor a vontade do terror judaico sobre o povo brasileiro.


domingo, 22 de novembro de 2009

"O IRÃ PRECISA SER UM ALIADO DO BRASIL", DIZ DEPUTADO FEDERAL



"
Temos uma imprensa covarde e hiprócrita que
transforma suas
convicções ideológicas em pauta."


O Blog Leitura Franca publica, neste domingo, uma entrevista exclusiva com o deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), membro da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) do Congresso Nacional. A entrevista foi concedida, em Manaus, onde o parlamentar esteve por conta da CPI da Violência Urbana, da qual é o relator.


Pimenta falou, principalmente, da posição do Brasil em relação aos eventos do Oriente Médio, em especial, a questão da Palestina e o Irã.


Ele defendeu um maior protagonismo do Brasil na criação do Estado da Palestina. Este assunto será tratado em uma audiência pública que será realizada, na próxima terça-feira 24/11, no seio da CREDN, na Câmara dos Deputados.


Quanto ao Irã, Pimenta destacou que o Brasil sempre manteve uma relação cordial com os iranianos. Ele salientou que o Irã precisa ser um parceiro do Brasil e dos demais países que formam o chamado BRIC, composto também pela Rússia, Índia e China, frente a lógica do capitalismo mundial, que atualmente está em crise.


Pimenta, que é jornalista e é autor da PEC que devolve a obrigatoriedade da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, criticou a cobertura dos grandes veículos de comunicação que se posicionaram de forma negativa e planfetária em relação a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, ao mesmo tempo que se calaram diante da presença do genocida israelense, Shimon Peres.


Vale a pena conferir a entrevista. Boa leitura!


BLF – Ultimamente tem se falado muito num envolvimento maior do Brasil nas questões do Oriente Médio. A verdade é a que paz não vai chegar se o Estado palestino não for criado. Como o Brasil pode participar, por exemplo, da criação de um Estado palestino?


Defendo um maior protagonismo do Brasil nesta questão. Vamos realizar no dia 24 deste mês, uma audiência pública para discutir as propostas e o posicionamento do Brasil junto as Nações Unidos e outras organizações internacionais em relação a criação do Estado palestino. Convidamos o embaixador palestino, a OAB, o Itamarati e representantes de outras organizações da sociedade civil.


BLF - Como pode ser este protagonismo?


É uma questão de posicionamento. Eu tive a oportunidade de visitar o Oriente Médio junto com o Presidente Lula, há cinco anos. Naquela oportunidade, quando tivemos a reunião na Liga Árabe, no Egito, o Brasil se posicionou publicamente a favor da criação do Estado palestino. Acredito que este seja o momento oportuno para um envolvimento maior do Brasil que pleiteia um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil precisa ter uma posição mais firme quanto a esta questão da criação do Estado palestino.


BLF – Como o senhor analisa o comportamento da imprensa que critica a visita presidente do Irã, que vem convidado pelo presidente Lula, e, ao mesmo tempo se cala diante da vinda de Shimon Peres, que fez o massacre de Qana e está a frente de uma entidade que pratica genocídio e ocupação de terras na Palestina?


Eu particularmente acho que isto é parte de um discurso hipócrita presente em grande parte da mídia nacional que armou todo um cenário em função da vinda do presidente do Irã. Buscaram fazer deste episódio uma espécie de ato de desagravo previamente da leitura internacional de que o Brasil pudesse ter uma visão de solidariedade em relação a criação do Estado palestino. Nesta questão da Palestina, nossa posição é muito semelhante a da posição do Irã. Quando estivemos com o presidente Lula na Líbia, houve uma crítica enorme. Uma semana depois, o Tony Blair, que era primeiro-ministro da Inglaterra, foi recebido como um chefe de Estado que foi tratar de questões de natureza econômica e assuntos bilaterais. Temos uma imprensa covarde e hiprócrita que transforma suas convicções ideológicas em pauta.


BLF – Como o senhor analisa a expansão das relações do Brasil com o Irã?


Temos uma relação boa com os países da Ásia e da Oceania. O Irã faz parte deste grupo de países. Temos um a relação absolutamente tranquila com o Irã do ponto de vista institucional e diplomático. O Brasil tem um interrese comercial e econômico nessa relação. Esse posicionamento da imprensa não é novidade. Até um pouco tempo atrás, nossas relações com a Líbia também eram bombardeadas, no momento que os Estados Unidos e a Inglaterra, por exemplo, tinham relações em grande escala com a Líbia. Todo movimento nosso era lido como algo condenando. Esta posição da imprensa, o Brasil não pode se submeter, ainda mais no momento que é feito um esforço do presidente Lula para fortalecer a posição do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) de criar uma nova hegemonia que possa dar conta da lógica do capitalismo mundial. Neste processo, o Irã precisa ser um aliado.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

O CRIMINOSO SHIMON PERES

Shimon Peres é saudado pelo corrupto José Sarney


No dia 18 de abril de 1996, o mundo foi ultrajado com um dos massacres mais covardes da história recente da humanidade: o praticado pela entidade genocida israelita que matou mais de 100 pessoas dentro de uma base da ONU (Organização das Nações Unidas) na cidade de Qana, no Sul do Líbano.


"O bombardeio começou às 14 horas e durou cerca de 30 minutos. Pedimos repetidamente que Israel parasse de atacar, avisando que tínhamos vítimas civis. De nada adiantou. Eles sabiam perfeitamente que a base abrigava civis", disse na época Timur Goksel, então porta-voz da ONU.


Naquele mesmo dia, pela parte da manhã, o terror judaico já havia ceifado a vida de nove pessoas da mesma família, na cidade de Nabatieh, entre elas oito crianças, incluindo a pequena Nur, com apenas alguns dias de vida.


Os dois massacres ocorreram durante os 16 dias de agressões israelitas que deixaram mais de 150 libaneses mortos e outros 350 feridos.


A barbárie judaica contra os libaneses foi ordenada pelo então primeiro-ministro de Israel e atual presidente desta entidade nazista, Shimon Peres, que dois anos antes, pasmem, havia recebido o Prêmio Nobel da Paz (não são poucas as vozes hoje que querem a retirada da concessão deste prêmio de Shimon Peres).


Shimon Peres acreditava que o derramamento do sangue das crianças e mulheres libanesas iria lhe render votos nas eleições previstas para maio de 1996. As pesquisas indicavam que ele perderia o pleito, por isso, decidiu atacar na tentativa de reverter o quadro eleitoral desfavorável.


Após o fim da carnificina, Shimon Peres não havia acabado com a Resistência Libanesa e nem conseguiu vencer as eleições (quem quiser saber mais sobre este episódio pode ler um artigo que escrevi sobre o assunto no meu blog: leiturafranca.blogspot.com/2009/04/massacres-de-vinhas-da-ira-jamais.html ).


Pois este verme (não consigo encontrar outro termo para descrever tão satânica criatura) sionista Shimon Peres chegou, nesta terça-feira, ao Brasil, para uma estadia de cinco dias.


Massacre de Qana: Crianças mortas a mando do "humanista" Shimon Peres



Recepção calorosa

Já no primeiro dia de sua chegada, Shimon Peres foi recebido pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e por parlamentares do tão "respeitado" Congresso Nacional. Na quarta-feira, será recebido pelo presidente Lula para assinar vários acordos.


No Legislativo Federal, onde vários deputados e senadores obteram uma vaga com a ajuda dos votos dos árabes e muçulmanos brasileiros, o assassino genocida Shimon Peres teve uma recepção calorosa.


Foi recebido por "canalhas" da laia de Fernando Collor de Mello (aquele que confiscou a poupança dos brasileiros e sofreu o impeachment), José Sarney (que é acusado de uma lista longa de corrupção), Michel Temer, e pelo porta-voz do sionismo na Câmara dos Deputados, Marcelo Itagiba, parlamentar que nutre posições racistas contra árabes e iranianos.


No Congresso, Shimon Peres fez um discurso patético cheio de palavras sedutoras (incluisive falando de Carnaval, futebol e até Jorge Amado na tentativa de conquistar a mente e o coração dos brasileiros) repetindo alegações que os judeus nunca acreditaram como a de que Israel não é inimiga dos muçulmanos e do desejo da paz com os palestinos.


Pura mentira. Israel e os judeus são hoje os maiores assassinos de muçulmanos, incluindo muitas mulheres, jovens e crianças. Israel e os judeus são os maiores usurpadores de terras dos muçulmanos. Israel e os judeus são os maiores incentivadores do preconceito e ódio contra os muçulmanos (foram os judeus os primeiros que começaram com este história de lançar pedaços de porcos nas mesquitas). Israel e os judeus são hoje os maiores carcereiros e torturadores de muçulmanos.



O pior dessa história, é que todas as mentiras de Shimon Peres foram ditas diante de um público passivo, sem que nenhum senador (a) ou deputado (a) ali presentes questionassem as violações dos direitos humanos que Israel comete contra a população árabe, o cerco desumano que o terror judaico leva a cabo na Faixa de Gaza e que já ceifou dezenas de vida, os massacres e o genocídio que os judeus praticaram no Líbano e na Palestina, nem lembraram de denunciar o muro do apartheid que Israel constrói no momento em que o mundo comemora dos 20 anos da queda de outro muro vergonhoso, o de Berlim.


O mesmo silêncio criminoso tem a imprensa no Brasil que não mostra e nem questiona os crimes judaicos. Ao contrário, alguns veículos de comunicação chegaram a dizer que o terrorista Shimon Peres veio combater o terrorismo e lutar contra o que chamaram de forma safada de "infiltração iraniana" na América Latina, em alusão as relações de amizade que o Irã mantém com vários países da região, incluindo o Brasil.


Os insultos de José Sarney


Durante sessão solene no Congresso Nacional, o presidente do Senado, José Sarney, ignorou os massacres perpetrados pelo líder israelita e classificou o verme terrorista judeu, Shimon Peres, de "humanista" e de "estadista".


"Sua presença no Brasil supera a importância institucional, pois trata-se de uma das maiores personalidades da atualidade, devido, principalmente, a sua luta pela construção da paz".


Um absurdo sem fim, ainda mais porque José Sarney é conhecedor dos crimes de Israel e de Shimon Peres. Porém o que mais dói neste episódio é que alguns anos atrás, José Sarney esteve no Líbano, país que sofreu e continua sofrendo com o terrorismo israelita judaico.



Naquela ocasião, José Sarney recebeu uma recepção calorosa dos libaneses, incluindo, a de muitas crianças que foram as ruas das cidades por onde ele passou.


Este "humanista" e grande figura da atualidade, segundo a boca suja de José Sarney, é responsável por atacar e agredir com seu exército covarde muitas destas crianças que um dia receberam com o coração aberto o atual presidente do Senado, quando este foi ao Líbano. Vergonha para você, José Sarney, e para você Michel Temer, que como descendente de libaneses deveria ter denunciado os crimes de Israel no Oriente Médio, ao invés de exaltar esta entidade criminosa e nazista.


Estadista de chiqueiro


O lixo assassino Shimon Peres aproveitou também a oportunidade no legislativo brasileiro para, em um ato deselegante típico de um vagabundo de terceira categoria, atacar o Irã, país que mantém boas relações com os brasileiros e cujo presidente está próximo de chegar ao Brasil com uma comitiva grande de empresários para fechar negócios que serão benefícos tanto o para o povo brasileiro quanto para o iraniano.


Aliás, nunca tinha visto um presidente vir ao Brasil para tentar sabotar a vinda de outro presidente. O vagabundo terrorista judeu Shimon Peres foi o primeiro a praticar tamanha ignomínia. Com certeza, ato de um estadista (termo usado por José Sarney) de última categoria, de um estadista de chiqueiro.



Foto de Sarney e Peres: Agência Senado. Nas demais fotos, crianças palestinas e libanesas mortas nos massacres judaicos, entre elas, as que estavam em Qana.



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MURO DA SEGREGAÇÃO

Enquanto muitos comemoram os 20 anos da queda do muro de Berlim, outros tantos em diversos lugares do mudo, lamentam e choram a construção de muros que dividem e segregam as pessoas.


O caso mais infame, sem dúvida, é o muro do Apartheid que o terror judaico construiu e que trouxe prejuízos em todos os sentidos para o povo da Palestina.


Uma vergonha que os governos e a mídia ocidental (ambos justificam e legalizam o muro judaico da segregação) ignoram, no momento, em que celebram o fim do muro que separava a Alemanha. Santa hipocrisia!