domingo, 16 de novembro de 2008

ESPERANÇA E CETICISMO

A vitória de Barack Obama foi recebida com um misto de esperança, ceticismo e indiferença no Oriente Médio.


Com as exceções dos israelenses e dos curdos, que torciam abertamente pelo candidato republicano John McCain, a maioria das pessoas na região desejou a vitória de Obama por entender que ele não realizará uma administração igual ou pior do que a de George W. Bush.


A guerra árabe-israelense, principalmente a questão da Palestina, a relação conturbada com o Irã, a proliferação de grupos afiliados a Al-Qaeda patrocinados pelo regime saudita e de outros países do Golfo, o petróleo, as guerras no Iraque e no Afeganistão são alguns dos desafios que o novo presidente terá que tratar na região.


Os governos árabes, em demostração de fragilidade (ou de traição) pediram para que Obama solucione o problema da Palestina, como se os árabes não tivessem condições de resolver com as próprias mãos essa questão, especialmente por meio da Resistência. Obama já prestou apoio as alegações sionistas que a cidade ocupada de Jerusalém é a capital indivisível de Israel.


No Iraque, a população local, menos os curdos, viram na vitória de Obama a possibilidade de terminar em breve a ocupação norte-americana de seu país.


Mais realistas, e diferentemente dos governos árabes, os iranianos não pediram ajuda, Apenas se limitaram a aconselhar Obama a seguir o clamor que ecoou das urnas norte-americanas e a promover mudanças na política dos Estados Unidos em relação ao Irã. Não é o Irã que precisa dos Estados Unidos, mas são os norte-americanos que precisam dos iranianos para resolverem seus problemas, em particular, no Iraque e no Afeganistão.


Daí, o fato de acreditar que a administração Obama vai buscar o diálogo com os iranianos. Com a carta enviada pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, a primeira de um líder iraniano desde a implantação da República Islâmica em 1979, o Irã deu o sinal que está disposto a dialogar diretamente com os inimigos norte-americanos, desde que estes últimos mudem de postura com os iranianos, inclusive no que se refere ao direito dos persas de possuírem tecnologia nuclear.


Por sua vez, temerosos de uma mudança de postura com o Irã, os israelenses instigaram Obama a continuar a política de confronto e desrespeito adotada por Bush com os iranianos, impondo novas sanções e até, se puder, promover aquilo que os israelenses não possuem coragem de fazer: ou seja, agressões militares contra o Irã.


Resta saber agora se Obama vai dar ouvido ao povo norte-americano ou aos bandidos terroristas judeus sionistas em Israel? A resposta saberemos em breve.

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