segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

QUANDO A VEJA E OS CIVITAS COM SEUS IDEAIS FASCISTAS VÃO EMBORA?

O jornalista Carlos Branco, que agora é o novo editor de Economia de A Crítica, escreveu em seu site:

"A Veja desta semana apenas confirma o que já tinha feito em outubro do ano passado, quando aproveitou o aniversário de morte de Ernesto Che Guevara para pintar dele um quadro realista, sim, mas com pitadas de sacanagem no afã de macular a imagem que até hoje se tem do guerrilheiro argentino-cubano como alguém que, tendo a opção de viver aristocraticamente, optou por encampar uma luta pela liberdade do povo cubano, mas não só a desse...Dizer que Fidel Castro já vai tarde, como está fazendo a revista, significa dizer ,entre outras coisas, que ela, a exemplo do que interessa aos ianques há 49 anos, está incomodada com o governo cubano tal como ele se configura ainda hoje. Por outro lado, soa desrespeitoso, no mínimo, com um líder que, a despeito de ter desvirtuado uma revolução, escreveu uma das páginas de lutas políticas mais interessantes da América – e do mundo, por que não?".

Carlos Branco é autor do livro "Che Guevara - Um Estranho em Benjamin Constant" que fala sobre a alegada passagem do líder revolucionário por este município amazonense onde nasceu o jornalista.

O que posso dizer ao meu amigo Carlos Branco é o seguinte:

A Veja pode até ser uma publicação de grande circulação, mas há muito tempo deixou de ser uma revista imparcial e de credibilidade para se tornar um palanque de propagação dos ideais fascistas defendidos pelo grupo político-religioso do qual faz parte o empresário Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, dono da Veja.

Não surpreende a atitude da revista, pois para os proprietários da Veja, Cuba tem que ser aquilo que a política de Washington traçou para a ilha: ou seja, ser o eterno quintal dos Estados Unidos e o depósito de tudo o que é podre dos norte-americanos como era antigamente até ocorrer a revolução liderada por Fidel Castro.

A Veja fala em direitos humanos, mas é a primeira que se cala diante das violações dos direitos humanos e do terrorismo praticados pelos Estados Unidos e por Israel. Mais do que isso, além de não denunciar estes crimes, sempre procura justificá-los. Por que será, hein?

Não digo que não foram cometidos erros pelo regime cubano. Porém, estes erros devem ser corrigidos pelos próprios cubanos sem interferência externa.

Se os cubanos estão com medo dos efeitos que uma abertura rápida e sem planejamento pode causar na população, cabe a eles fazerem esta transição de forma gradativa e com cuidado.

Poderiam seguir inicialmente o exemplo da China que se inseriu no mercado econômico sem promover uma abertura política de imediato, o que não impede de isto vir a ocorrer depois.

Queira ou não, Cuba era para ser mais um país de última categoria explorado pelos Estados Unidos. Graças a revolução liderada por Fidel Castro, o país hoje possui respeito mundial pelos avanços que conquistou em áreas como a da saúde e a da educação. Falta avançar agora na economia e na política para o bem até mesmo do próprio socialismo.

No momento certo, as mudanças virão em Cuba. Esperamos, porém, que esta ruptura não seja violenta como foi no Iraque, onde a interferência norte-americana, além de não garantir a transição pacífica de um regime ditatorial para o democrático, ainda mergulhou o país do Oriente Médio em uma guerra sem fim.