quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

NOVA AGRESSÃO DO GRUPO ABRIL

A Revista "Superinteressante", pertencente ao Grupo Abril, que também edita a Revista Veja, publica infeliz matéria em sua última edição, tentando prever o que ocorreria se fosse criado um Estado Palestino.

Sob o título "E se fosse criado o Estado Palestino?", os repórteres Alexandre Versignassi e Eduardo Szklarz fazem um exercício de adivinhação que descamba para o preconceito contra os palestinos, em particular, e os muçulmanos, em geral, omitindo fatos históricos relevantes e criando uma visão pessimista sobre o futuro Estado Palestino.


Logo no começo do texto, uma afirmação que procura vaticinar a inviabilidade deste futuro país: Como resposta à pergunta do título, vem a assertiva: "Um país minúsculo e absurdamente pobre". Pois bem, o tamanho do território não é pressuposto de desenvolvimento ou riqueza de uma nação. Cingapura, por exemplo, é um país "minúsculo", para usar o termo dos Srs. Versignassi e Szklarz, com 707 quilômetros quadrados, mas com renda per capita de US$ 49.754,00; a China tem 9,6 milhões de quilômetros quadrados de área e uma renda per capita dez vezes menor: US$ 5.300,00.

A matéria da revista sonega aos seus leitores o fato de que a exigüidade do território palestino atual é obra do sionismo, que há 80 anos vem promovendo a invasão e ocupação do território palestino. A "Superinteressante" não conta, por exemplo, que no início do século XX, os judeus correspondiam a apenas 3% da população da Palestina.

Foi a campanha de invasão, colonização e ocupação promovida pelo sionismo, que também estimulou a criação de grupos terroristas judaicos - Haganah, Irgun, Palmach, Lehi, Stern - a responsável pela atual situação de risco constante dos palestinos. Desde o seu nascedouro, o estado de "Israel" promove uma política consistente e sistemática de extermínio da população palestina, atacando desde o início do século XX suas vilas e matando sua gente.

A matéria da "Superinteressante" também não conta aos seus leitores que uma das causas da atual desgraça palestina, além do caráter exclusivista, expansionista e racista de Israel, é o seu militarismo, o que leva a constantes ataques ao povo palestino.

Enquanto, na frente das câmeras, os governantes de Israel defendem a paz e negociam acordos , por trás, nos bastidores, continuam financiando a colonização de territórios palestinos. Os Srs. Versignassi e Szklarz não contaram aos seus leitores que, atualmente, existem 280 mil colonos judeus vivendo na Cisjordânia.

Têm alguma razão em apontar que o Estado Palestino terá dificuldades em se viabilizar, mas não dizem que estes obstáculos são impostos por Israel que constrói, por exemplo, um novo Muro da Vergonha, incoporando terra árabe, dividindo ao meio fazendas e vilas palestinas, inviabilizando a constituição de uma nação palestina com território contíguo.


A matéria da "Superinteressante" não contou que um dos problemas vividos pela população palestina da Cisjordânia, o outro território palestino, é a falta d'água. Ali, 86% da população - cerca de 1,4 milhão de pessoas - são abastecidas por caminhões-pipa. Ou seja, Israel sonega o aceso à água a esta população imensa.

Os Srs. Versignassi e Szklarz não contaram aos seus leitores que a água que enche as piscinas dos assentamentos judaicos ilegais em território árabe da Cisjordânia é a mesma água que falta para matar a sede dos palestinos em sua própria terra.

E também não informaram os seus leitores que a Faixa de Gaza é o maior campo de concentração do mundo: 1,5 milhão de pessoas estão confinadas em uma área de 360 quilômetros quadrados de extensão.

Elas não podem sair dali em direção a Israel, por motivos óbvios, e nem para o Egito, que tem um vergonhoso acordo com Israel que impede a fuga. Cabe ressaltar que a Faix de Gaza, antes do recente massacre perpetrado por Israel, ficou por um ano e meio sob severo bloqueio, o que levou a uma crise humanitária sem precedentes.


Ou seja, em lugar de trazer ao leitor de "Superinteressante" uma visão imparcial dos fatos, o que significa contemplar o lado palestino da questão, os Srs. Versignassi e Szklarz reproduziram uma série de chavões contra os palestinos, os muçulmanos e ao Hamas, vinculando-os à imagem de radicais, terroristas e violentos.

Não foi o Hamas "que começou uma guerra civil com o Fatah" (sic), como afirma o texto. Este, em conluio com o governo sionista de Israel e com o apoio das potências ocidentais, solenemente passou por cima dos anseios legítimos do povo palestino, que nas eleições parlamentares de 2006 deu vitória esmagadora e inquestionável à Resistência Islâmica. O Hamas venceu de maneira limpa, conforme comprovam os observadores internacinais, o pleito. Mas não pode governar porque não se adapta ao conceito fluido de "democracia" vigente no ocidente.


Com esta lamentável peça de mau jornalismo, a revista "Superinteressante" faz coro aos inúmeros veículos da grande mídia sionista, que mistificam a realidade e a distorcem, sempre com o objetivo de privilegiar os interesses de Israel. Quem mais perde com isso é o leitor de "Superinteressante", que está sendo enganado por quem faz uso de um veículo de massa para desinformar a população brasileira.

*Extraído do Ibei

Um comentário:

Anônimo disse...

O editor da revista é Sérgio Gwercman um sionista raivoso.