JAMIL IBRAHIM ISKANDAR*
É demasiado simplista uma análise breve acerca da troca de prisioneiros e cadáveres entre o partido que mais tem seguidores no Líbano, o Hezbollah, e
É profundamente ofensivo aos milhões de libaneses e não libaneses que vivem no Brasil., chamar o Hezbollah de terrorista, caso contrário, teremos que mudar a lógica do entendimento sobre soberania nacional e defesa do solo onde se vive.
No Líbano, o Hezbollah tem doze parlamentares, várias instituições de ensino gratuitas, casa de assistêcia a necessitados e órfãos, entre outros. Como, então, chamá-lo de grupo terrosrista?
E mais: qual é o nome que daríamos aos ataques israelenses de 2006 que mataram prioritariamente civis inocentes de modo muito similar a um genocídio? Que nome se dá aos que praticam diariamente ataques ao povo palestino na Faixa de Gaza?
Que nome devemos dar aos que promovem privações desumanas a esses mesmos palestinos em seu próprio solo? Aliás, me parece que o povo palestino tem sofrido um verdadeiro holocausto na história recente.
No entanto, nenhum juízo de valor deveria estar acima do gesto de entendimento por parte do Hezbollah e Israel. Se analisarmos a situação em que os palestinos vivem em sua pátria e fora dela como refugiados, é de se desacreditar na ONU e na justiça universal.
Dá a impressão que a justiça, o bom senso e os direitos humanos não valem para os palestinos e, últimamente, não tem valido, também, para muitos países árabes. Sugiro que retomemos a história medieval para ver quão generosos os muçulmanos foram com os judeus. Que prevaleça a paz! Essa controvérsia não é boa para nós no Brasil.
*Jamil Ibrahim Iskandar é filósofo, professor universitário e pós-doutorado em filosofia pela UCM da Espanha e membro da Société Intrenationale pour L’Étude de la Philosophie Médiévale da Bélgica.
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