quarta-feira, 16 de julho de 2008

PROMESSA CUMPRIDA

A promessa do grupo de resistência Hezbollah de libertar os libaneses detidos em cárceres israelenses se cumpriu. Os prisioneiros que ainda estavam em poder dos sionistas foram soltos, nesta quarta-feira (16/07).

A libertação não poderia ter ocorrido em data mais simbólica. Ela ocorreu no momento em que os libaneses comemoram o segundo aniversário da vitória sobre Israel na guerra de 2006.

No dia 12 julho daquele ano, a resistência libanesa capturou dois soldados israelenses na operação que ficou conhecida como "Promessa Sincera".

Na ocasião, o líder da resistência, sayed Hassan Nasrallah, afirmou que os soldados capturados só seriam devolvidos por meio de conversações indiretas que contemplassem a libertação dos combatentes libaneses detidos nas prisões israelitas, entre eles, Samir Kuntar.

Membro da pequena comunidade drusa do Líbano e militante da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Kuntar estava fadado a padecer nas prisões israelenses para o resto da vida, após ser condenado por participar de um comando guerrilheiro que atacou e matou israelenses, em 1979.

Ao invés de negociar, Israel optou por fazer uma guerra insana que não alcançou nenhum de seus objetivos declarados ou mesmo os escondidos que depois vieram a público.

Instigados pelos norte-americanos que lhes deram todo o tipo de apoio, incluindo, o militar, os soldados israelenses propositalmente bombardearam alvos civis que resultaram na morte de 1,2 mil libaneses e na destruição de milhares de casas, pontes, estradas, orfanatos, escolas, hospitais, emissoras de televisão e templos religiosos.

Sem falar das bombas de fragmentação, cujo uso contra civis é proibido, que foram lançadas nos últimos dias das agressões israelenses quando já se sabia que haveria um acordo para cessar o conflito.

A decisão irracional do governo de Ehud Olmert, sem similar na história do mundo, de fazer guerra para ter de volta os cadáveres de soldados mortos, custou também a vida de dezenas de militares do exército israelense que saiu desmoralizado após 33 dias de combates. Toda essa selvageria foi inútil.

Fracassaram as tentativas de enfraquecer o Hezbollah e de querer impor a partir do Líbano, a criação de um "Novo Oriente Médio", o plano norte-americano de transformar Israel na potência daquela região em detrimento dos árabes e dos iranianos.

Com a libertação desses prisioneiros e a devolução dos restos mortais dos combantentes que tombaram na luta contra a ocupação israelense, ao longo das últimas décadas, o Hezbollah se firma cada vez mais como um movimento de resistência que consegue libertar terras e prisioneiros. Por conta disso, ficará mais difícil o debate para desarmar o grupo como querem os Estados Unidos e Israel.

Praticamente resolvidas as questões da terra (com a exceção das Fazendas de Chebaa e das Colinas de Kfar Shouba) e a dos prisioneiros, a luta agora será pela água que Israel usurpa do terrirório libanês e para acabar com as violações diárias da aviação israelense do espaço aéreo do Líbano.

O Hezbollah já prometeu que não vai poupar esforços para colocar um fim a estas agressões. Quando o Hezbollah promete, cumpre. No caso dos prisioneiros, a promessa sincera de libertá-los foi cumprida.

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