Os veículos de comunicação possuem um papel social importante que vai além do que a exibição simples e pura dos fatos.
Hoje em dia, eles têm desempenhado um papel ativo na conscientização e na transformação da sociedade que revela o poder vibrante da informação.
Está certo que em algumas situações este poder é utilizado de forma negativa, mas a liberdade de expressão deve ser preservada a qualquer custo, pois nenhuma sociedade evolui sem o livro trânsito de informações.
Porém, o direito de liberdade de expressão tem sido deturpado em muitos casos e a função social dos jornais, das televisões, dos rádios e até mesmo da Internet tem sido deixada de lado para abrir espaço para práticas que afetam o bom relacionamento entre as pessoas como o ódio, o racismo, o preconceito, a xenofobia, a intolerância religiosa e outros males.
Os jornais da Dinamarca voltaram a ofender os muçulmanos, hoje (13), ao publicar novamente uma das caricaturas que difamam o profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), que geraram protestos em todo o mundo há dois.
Não satisfeitos com o mal-estar que causaram na época quando publicaram pela primeira vez as infames caricaturas, os periódicos abriram a ferida de novo em uma clara provocação, o que mostra a verdadeira intenção destes racistas.
A atitude dos jornais dinamarqueses é criminosa e não deve ser perdoada e nem tolerada jamais pelos muçulmanos. Ela deve ser condenada veementemente por todos os grupos, sejam eles, religiosos ou não.
O pretexto da publicação foi a descoberta de um suposto plano para assassinar os chargistas envolvidos na difamação do profeta, de acordo com a propaganda da polícia dinamarquesa.
A publicação da foto está muito longe de ser um simples ato de liberdade de expressão e tem o claro objetivo de ofender, intenção esta que fica clara na foto escolhida para ser publicada.
A foto estampada nos jornais dinamarqueses hoje é aquela em que aparece um rosto que representaria o profeta com um turbante em forma de bomba.
Associar o terrorismo a um profeta que jamais praticou uma ação terrorista sequer na vida é injusta, desonesta e criminosa, pois se trata de calúnia, uma vez que se imputa ao profeta Muhammad uma falsa acusação de um ato que ele nunca cometeu.
Antes de aceitar a missão divina, o profeta Muhammad já era conhecido em sua sociedade como uma pessoa honesta, respeitadora e pacífica que lhe garantiu a alcunha de Al-Amin (o Fiel).
Depois de receber a convocação da profecia por meio do Arcanjo Gabriel, o profeta Muhammad se encarregou de ensinar aquilo que Deus havia recomendado e por meio do amor, da sabedoria e da compreensão conseguiu unir povos que até então viviam na beligerância, exemplo de seu caráter pacificador.
O profeta Muhammad era respeitado e admirado antes e depois de receber a tarefa de divulgar a mensagem divina. As pessoas se dirigiam até ele vindas de todas as partes do mundo para se aconselhar e receber as boas novas.
Portanto, não sei de onde estes grupos racistas e caluniadores dinamarqueses tiraram esta idéia de que o profeta era terrorista?
Se esta associação é feita por causa dos atos de alguns grupos que se dizem islâmicos e estão envolvidos com a violência para alcançar seus objetivos, então, estes cartunistas e jornais estão errados.
Será que é justo ofender Jesus Cristo pelos crimes que terroristas como George W. Bush, por exemplo, cometem, uma vez que o presidente dos Estados Unidos se diz seguidor dos ensinamentos do filho de Maria? Será que é justo ofender Moisés por causa dos crimes que os terroristas judeus praticam?
Além do mais, estas charges só acirram os ânimos e favorecem os grupos que estes dinamarqueses dizem combater.
Mais do que religiosas, as agressões dos jornais fundamentalistas e extremistas dinamarqueses se constituem em um símbolo do movimento xenófobo e racista que atinge várias capitais européias que vêem o estrangeiro e sua respectiva cultura como um perigo e uma ameaça a sua identidade nacional.
Estas agressões são endereçadas a todos os povos de imigrantes, mas atingem particularmente os grupos muçulmanos que são bem organizados e conseguem preservar sua identidade cultural ao invés de se diluir nos costumes locais, gerando a revolta dos mais fanáticos facistas.
É lamentável que os jornais dinamarqueses estejam se desviando de sua função social para pregar o preconceito, a intolerância, o racismo e ódio .
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