Os representantes dos países europeus que participam de "conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o racismo", em Genebra, abandonaram a reunião desta segunda (20) durante discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, por ele ter chamado o governo de Israel de racista.
"Após o final da Segunda Guerra Mundial, eles [os aliados] recorreram à agressão militar para privar de terras uma nação inteira sob o pretexto do sofrimento judeu", afirmou o presidente iraniano. "Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos e do mundo do Holocausto para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada", completou.
Ahmadinejad também acusou o Conselho de Segurança da ONU de ter "acolhido com silêncio os crimes daquele regime [israelense]". Como exemplo, citou os bombardeios contra civis na Faixa de Gaza.
Nove países estão boicotando a Conferência de Revisão de Durban em protesto pela participação de Ahmadinejad - único chefe de Estado presente - e por considerarem a reunião anti-semita: Estados Unidos, Israel, Canadá, Austrália, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia e Nova Zelândia. O presidente americano, Barack Obama, justificou o boicote norte-americano alegando linguagem anti-Israel no rascunho do documento final da conferência.
Brasil critica boicote
O ministro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, chefe da delegação brasileira na Conferência, criticou o boicote dos Estados Unidos e afirma que o documento aprovado e negociado na semana passada "não traz nenhum tipo de constrangimento ao povo americano e nenhuma menção desonrosa ou agressiva ao estado de Israel".
"Não participar é um problema para os Estados Unidos. Principalmente agora, que eles têm um presidente negro, uma liderança que busca restabelecer ao país a condição de diálogo no restante do mundo", afirmou o ministro brasileiro.
Anistia questiona boicote
Nesta segunda, em Israel, durante abertura da cerimônia anual do Dia da Lembrança pelos 6 milhões de judeus que foram mortos pelos nazistas alemães e seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também chamou a conferência de Genebra de anti-israelita.
Em comunicado divulgado em Londres, a Anistia Internacional critica o boicote, ressaltando que os governos precisam estar presentes para "defender o que é justo e rejeitar com energia tudo o que é questionável". Também faz um apelo para que os governos participantes continuem comprometidos com a luta contra o racismo. Para isso, segundo a Anistia Internacional, "devem resistir com força e responder a qualquer tentativa de politizar a conferência ou distrair do objetivo principal, que é fazer frente a qualquer tipo de racismo, discriminação racial, xenofobia ou intolerância em qualquer parte do mundo".
FONTE: PORTAL VERMELHO
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