Os familiares dos prisioneiros libaneses em cárceres israelenses receberam uma notícia hoje (19) que reacendeu a esperança na libertação de seus entes queridos.
O Sayed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, grupo libanês que encabeça a resistência contra Israel, revelou que o movimento tem em sua posse os restos de vários soldados israelenses mortos durante a invasão sionista do território do Líbano, em julho de 2006.
Nasrallah fez esta revelação durante seu discurso proferido para centenas de milhares de fiéis que participaram da procissão realizada, em Beirute, para o marcar a Ashura, evento que lembra o martírio do Imam Hussein, neto do profeta Muhammad.
Esta informação é nova uma vez que nem o governo de Ehud Olmert fez referência a existência destes soldados mortos em posse do grupo. É conhecido que o Hezbollah tem em seu poder os dois militares israelenses capturados em 2006, após um confronto que deixou outros 8 membros do exército mortos.
Negociações para a troca de prisioneiros já foram iniciadas há mais de um ano com a mediação da Alemanha, mas até agora não avançaram muito.
Há alguns dias, Nasrallah havia dito que Olmert estava dificultando as negociações por causa das pressões dos Estados Unidos.
Os norte-americanos estariam pressionando pelo fracasso da troca de prisioneiros porque entendem que esta será uma vitória do Hezbollah, fato que a administração do presidente George W. Bush não quer que aconteça.
Se por um lado a revelação de Nasrallah traz um novo alento aos libaneses, por outro ela vai constranger ainda mais Ehud Olmert perante a opinião pública israelense.
Para piorar, no final deste mês, está previsto a divulgação do relatório da comissão Winoograd, criada para investigar a guerra de Israel contra o Líbano.
Analistas citados pela imprensa israelense afirmam que o resultado desta comissão pode levar a queda do governo Olmert, parceiro de Bush, na opressão aos povos palestino e libanês.
Sinceramente, esperava que esta notícia cedo ou mais tarde iria vir à tona. Jamais entrou na minha cabeça que durante os 33 dias da invasão sionista, a qual Israel mobilizou mais de 30 mil soldados, o Hezbollah não tivesse capturado corpos dos soldados mortos.
Israel reconhece a morte de apenas 115 militares, embora fontes diplomáticas ocidentais baseadas no país sionista, dizem que as baixas são mais de 300, o que jamais foi confirmado pelos israelenses.
Infelizmente, no Oriente Médio é assim que funciona as coisas quando se trata da questão dos prisioneiros.
Enquanto são feitos esforços para a libertação das pessoas capturadas pelas Farc, por exemplo, pouco é feito para libertar os libaneses e palestinos sequestrados por Israel e que padecem em seus cárceres sofrendo todo tipo de abusos físicos, sexuais e psicológicos, incluindo, mulheres e crianças.
Capturar soldados israelenses tem sido uma forma eficaz de libertar os reféns árabes como aconteceu em várias oportunidades ao longo das duas últimas décadas.
Estima-se em mais de 10 mil os palestinos presos e em uma dúzia os libaneses nos campos de detenção israelenses, número que pode ser maior, pois há suspeita de que muitos libaneses desaparecidos durante a invasão israelense em 1982, estejam em prisões de Israel.
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