Finkelstein foi em vários locais na fronteira onde ocorreram os combates entre os invasores israelenses e os guerrilheiros da resistência libanesa, encabeçada pelo Hezbollah.
Ele visitou a antiga prisão de Khiam, na cidade de mesmo nome, as localidades de Maroun Ar-Ras e Aita Ashaab, que teve 90% de suas casas destruídas pelas bombas israelenses, e o mausoléu das vítimas do massacre de Qana. Durante as visitas, o escritor judeu foi acompanhado por jornalistas e escritores libaneses.
Ainda em seu giro, Finkelstein se encontrou com o principal dirigente do Hezbollah no sul do Líbano, sheikh Nabil Qaouk. "Foi uma guerra norte-americana que foi feita pelos interesses norte-americanos", acusou o escritor.
A visita de uma personalidade judaica do porte de Norman Finkelstein ao Líbano e, em particular, a região sul deste país, que sofre por décadas o terrorismo do exército sionista, é no mínimo curiosa, uma vez que foi nesta parte do território libanês que Israel ocupou por duas décadas e cometeu várias agressões ocasionando a morte milhares de civis e a destruição de suas propriedades. A ida do escritor mostra que nem todos os judeus apoiam os crimes de Israel.
A visita é significativa pois o sul do Líbano é baluarte da resistência liderada pelo Hezbollah, que já impôs duas derrotas a Israel, uma em 2000 e a outra em 2006. "Acredito que o Hezbollah representa a esperança da defesa de sua pátria e sua independência", afirmou Norman Finkelstein.
A guerra que Israel lançou contra o Líbano, em 2006, logo após um confronto na fronteira que resultou na morte de oito soldados israelenses e na captura de outros dois, deixou mais de 1,2 mil civis libaneses mortos e outros cinco mil feridos. Em torno de 1 milhão de pessoas ficaram refugiadas e 30 mil casas foram destruídas durante as agressões que duraram 33 dias.
Na época, os Estados Unidos não só obstruíram qualquer tentativa de cessar-fogo como pressionaram para que as agressões continuassem. Nos últimos três dias da guerra, Israel lançou em torno de 1,2 milhão de bombas de fragmentação, cujo o uso é proibido internacionalmente contra civis. Pelo menos, dezenas de libaneses já morreram se feriram por causa destas bombas mesmo com o passado de um ano e meio após o fim da guerra.
Israel afirma que em torno de 170 israelenses morreram, a maioria militares. Durante os confrontos, o Hezbollah lançou 4 mil foguetes. A guerra terminou sem que Israel conseguisse alcançar nenhum de seus objetivos.
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