segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

ESCRITOR JUDEU ACUSA ESTADOS UNIDOS POR GUERRA NO LÍBANO EM 2006

O escritor e intelectual judeu Norman Finkelstein, autor do famoso livro "A Indústria do Holocausto" visitou, hoje (07), o sul do Líbano, onde acusou os Estados Unidos de ser o principal responsável pela guerra que Israel realizou, em julho de 2006, que deixou mais de 1,2 mil libaneses mortos, um terço deles crianças.

Finkelstein foi em vários locais na fronteira onde ocorreram os combates entre os invasores israelenses e os guerrilheiros da resistência libanesa, encabeçada pelo Hezbollah.

Ele visitou a antiga prisão de Khiam, na cidade de mesmo nome, as localidades de Maroun Ar-Ras e Aita Ashaab, que teve 90% de suas casas destruídas pelas bombas israelenses, e o mausoléu das vítimas do massacre de Qana. Durante as visitas, o escritor judeu foi acompanhado por jornalistas e escritores libaneses.

Ainda em seu giro, Finkelstein se encontrou com o principal dirigente do Hezbollah no sul do Líbano, sheikh Nabil Qaouk. "Foi uma guerra norte-americana que foi feita pelos interesses norte-americanos", acusou o escritor.

A visita de uma personalidade judaica do porte de Norman Finkelstein ao Líbano e, em particular, a região sul deste país, que sofre por décadas o terrorismo do exército sionista, é no mínimo curiosa, uma vez que foi nesta parte do território libanês que Israel ocupou por duas décadas e cometeu várias agressões ocasionando a morte milhares de civis e a destruição de suas propriedades. A ida do escritor mostra que nem todos os judeus apoiam os crimes de Israel.

A visita é significativa pois o sul do Líbano é baluarte da resistência liderada pelo Hezbollah, que já impôs duas derrotas a Israel, uma em 2000 e a outra em 2006. "Acredito que o Hezbollah representa a esperança da defesa de sua pátria e sua independência", afirmou Norman Finkelstein.

A guerra que Israel lançou contra o Líbano, em 2006, logo após um confronto na fronteira que resultou na morte de oito soldados israelenses e na captura de outros dois, deixou mais de 1,2 mil civis libaneses mortos e outros cinco mil feridos. Em torno de 1 milhão de pessoas ficaram refugiadas e 30 mil casas foram destruídas durante as agressões que duraram 33 dias.

Na época, os Estados Unidos não só obstruíram qualquer tentativa de cessar-fogo como pressionaram para que as agressões continuassem. Nos últimos três dias da guerra, Israel lançou em torno de 1,2 milhão de bombas de fragmentação, cujo o uso é proibido internacionalmente contra civis. Pelo menos, dezenas de libaneses já morreram se feriram por causa destas bombas mesmo com o passado de um ano e meio após o fim da guerra.

Israel afirma que em torno de 170 israelenses morreram, a maioria militares. Durante os confrontos, o Hezbollah lançou 4 mil foguetes. A guerra terminou sem que Israel conseguisse alcançar nenhum de seus objetivos.

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