quinta-feira, 29 de maio de 2008

SILÊNCIO CRIMINOSO

O arcebispo anglicano e Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, denunciou, nesta quinta-feira (29), o silêncio e a cumplicidade da comunidade internacional em relação ao sofrimento da população de Gaza, na Palestina.

Em uma coletiva de imprensa, Tutu disse que o "silêncio" e a "cumplicidade" quanto ao bloqueio e as sanções contra a população de Gaza "envergonha todos nós".

As declarações de Tutu foram dadas ao fim de três dias de uma missão da ONU (Organização das Nações Unidas) que foi enviada para investigar a situação em Gaza, terra de mais de 1,6 milhões de pessoas, que vive um dos bloqueios mais selvagens da atualidade.

Tutu também afirmou que estava em estado de choque por conta dos relatos que ouviu sobre o massacre de 19 civis membros de uma mesma família cometido por terroristas isralenses em novembro de 2006, no norte da cidade palestina de Beit Hanoun.

Israel tem levado a cabo um cerco desumano sobre Gaza desde que o Hamas tomou controle do território após uma disputa com o grupo Fatah. Além do bloqueio, Israel promove constantemente ataques com aviões, helicoptéros e tanques contra a população civil palestina sob o pretexto de que está coibindo o lançamento de foguetes a partir de Gaza contra cidades israelenses. Em março, após uma semana de pesados ataques, mais de 125 pessoas morreram, entre elas, mais de 20 crianças e recéns-nascidos. Várias mulheres grávidas e outros pacientes palestinos morreram em decorrência da falta de assistência médica causada pelo bloqueio à Gaza.

O bloqueio de Israel, coincidiu com as sanções econômicas impostas por países ocidentais liderados pelos Estados Unidos à população de Gaza como punição pela vitória do Hamas nas eleições 2006.

Estas sanções revelaram a farsa pregada pelos quatro cantos do mundo por países que se dizem defensores e propagadores da democracia, mas que foram os primeiros a sabotarem a democracia palestina porque não aceitavam a vitória eleitoral do Hamas.

"O que vimos, mostra várias evidências de ter no minímo a possibilidade de crimes de guerra que precisam de mais investigações independentes", disse a professora britânica Cristine Chikin.

O relatório preparado pela delegação da ONU será levado ao Conselho dos Direitos Humanos da entidade, em Genebra, na Suíça.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO


Um tratado internacional que proibe o uso, a fabricação e o armazenamento de bombas de fragmentação foi aprovado por 109 países, nesta quarta-feira (28), em Dublin, na Irlanda. O documento agora será ratificado em uma cerimônia que será realizada no dia 2 de dezembro, em Oslo, na Noruega.

O acordo em si é um grande avanço para prevenir o uso desta arma letal, desenvolvida para atingir alvos militares, mas que tem feito milhares de vítimas na população civil em várias partes do planeta.

De acordo com dados de Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas ao assunto, 85% das vítimas das bombas de fragmentação são civis.

O lado negativo da conferência é que o tratado não foi discutido e nem assinado pelos principais produtores e usuários deste tipo de armas como os Estados Unidos, Israel, Rússia, China, Índia e Paquistão, que se opõem à sua proibição.

Afeganistão, Iraque, Bósnia, Laos e Líbano são os países que mais sofrem com as bombas de fragmentação.

O Líbano passou a sofrer com os males desta arma a partir de agosto de 2006, época em que os terroristas judeus lançaram mais de 1 milhão de bombas de fragmentação nos últimos dias das agressões israelitas contra os libaneses, quando já havia se chegado a um acordo para colocar fim aos ataques bélicos.

A bomba de fragmentação pode ser lançada a partir da terra, mar ou ar, e ao se abrir durante a trajetória, deixa cair cargas explosivas.

De 5% a 30% destas cargas não explodem ao entrar em contato com o solo, representando perigo permanente para a população das áreas atingidas.

Apesar de haver algumas exceções, na maioria dos casos, estas cargas não possuem mecanismos de "auto-segurança", que permitem que elas venham a se autodestruir ou se autodesativarem quando elas não são explodidas.


domingo, 25 de maio de 2008

NOVA ERA

O general Michel Suleiman é o novo presidente da República do Líbano. Ele foi eleito, hoje (25), pelo parlamento libanês como resultado de um acordo, firmado no último dia 21, em Doha, no Catar. que colocou fim a 18 meses de impasse político entre governistas e oposição.

O cargo estava vago desde novembro do ano passado quando terminou o mandato do então presidente Emile Lahoud.

Na ocasião, os grupos políticos libaneses, devido a divergências políticas, fracassaram em escolher um substituto para Lahoud. A disputa entre os partidos impediu que um novo presidente fosse eleito em outras dezenove oportunidades.

O regime político vigente no Líbano é o parlamentarismo. O Governo é administrado por um gabinete chefiado por um primeiro-ministro.

O presidente é escolhido pelo Parlamento, composto de 128 deputados, e tem como função principal fiscalizar o cumprimento da Constituição libanesa. Os membros do Legislativo, por sua vez, são eleitos pelo voto direto do povo. Os deputados também indicam o nome que deve ocupar o cargo de primeiro-ministro.

A eleição de Suleiman é a primeira etapa de um acordo que visa estabilizar politicamente o Líbano. Com a escolha do presidente, os libaneses vão eleger um novo primeiro-ministro. O atual Fouad Siniora, que está de forma ilegítima no cargo desde novembro de 2006, deverá renunciar nas próximas horas, e já na terça-feira, começará as consultas para escolher o novo Chefe de Governo.

O nome mais cotado para assumir o cargo é o do deputado Saad Hariri, líder da maioria parlamentar e da Corrente "Mustaqbal".

Após a escolha do primeiro-ministro será formado um governo de união nacional composto de 30 ministros, onde o grupo liderado por Hariri indicará 16 nomes, a oposição apontará outros 11 com direito a veto de decisão e os três restantes serão apontados pelo presidente da República.

A eleição de Michel Suleiman foi bastante concorrida e contou com a participação, nunca antes vista, de uma grande quantidade de líderes árabes, europeus e internacionais. Pelo menos 700 jornalistas estavama credenciados para fazer a cobertura do evento.

A posse do novo presidente trouxe alívio à população libanesa que saudou o fim da crise política e renovou as esperanças de que uma nova era de progresso começou no Líbano.

Durante seu discurso o presidente do Líbano, Michel Suleiman, defendeu a promulgação de uma nova lei eleitoral, deu declarações de apoio a Resistência contra Israel, condenou as constantes violações do território libanês por parte dos terroristas israelitas, prometeu criar uma nova estratégia defensiva para o país e revelou seu desejo de manter boas relações com os "irmãos" sírios.


DIA HISTÓRICO

Hoje, dia 25 de maio, é um dia de festa para os libaneses, não só pelo fato de terem escolhido um novo presidente, mas também porque nesse domingo se comemora o oitavo ano da retirada das tropas israelenses que ocuparam o sul do Líbano.

Em todo o país, foram realizados vários eventos comemorativos para celebrar a data que lembra a libertação das terras e dos prisioneiros que estavam em poder dos israelitas.

Porém, a festa principal ocorrerá, nesta segunda-feira (26), em Beirute, com uma cerimônia que deverá atrair centenas de milhares de libaneses e contará com o discurso do líder da Resistência e um dos responsável pela derrota israelense, o secretário-geral do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah.

No dia 25 de maio de 2000, o último soldado israelense cruzou a fronteira do Líbano com a Palestina Ocupada, colocando fim a mais de duas décadas de terrorismo judaico em solo libanês.

Foi a primeira derrota de Israel em uma guerra contra os árabes. O dia 25 de maio de 2000 é a data em que caiu por terra a falsa propaganda veiculada pela máquina de mentir dos nazistas sionistas de que o exército de Israel é invencível.

Durante os 22 anos, os soldados israelenses, com o apoio de grupos de traidores, ocuparam várias cidades e proíbiram os cidadãos libaneses de morar e trabalhar em suas próprias terras.

O terror judaico não poupou a capital Beirute que sofreu vários bombardeios pesados e ataques que resultaram na morte de várias pessoas inocentes.

Estima-se em mais de 20 mil o número de libaneses mortos durante a ocupação israelense, muitos deles, tombaram como mártires em diversos massacres cometidos ao longo dos anos de invasão. Nenhum criminoso judeu jamais foi levado à julgamento pelas barbáries e atrocidades cometidas no Líbano.

Vários grupos participaram da luta contra Israel. Porém, muitos deles não deram continuidade e pararam de combater à ocupação, o que não aconteceu com o Hezbollah. Ao contrário, foi a resistência efetiva do Hezbollah que obrigou Israel a se retirar do Líbano.

Ainda há terras libanesas em poder dos israelenses como é o caso das fazendas situadas na extremidade da cidade de Chebaa, ocupadas desde 1967, e também prisioneiros em cárceres judaicos.

Com o fim da crise política e a eleição de um novo presidente crescem as esperanças de que todas as terras ocupadas e todos os prisioneiros que ainda sofrem com os efeitos do terror judaico possam retornar o mais breve possível para o local de onde jamais deveriam ter sido tirados: a pátria libanesa.

Por conta desta data histórica, o blog Leitura Franca publica algumas fotos que marcaram o fim da ocupação israelense do Líbano.


Prisão de Khiam: símbolo da infâmia judaica no Líbano. Neste local, vários libaneses foram torturados e mortos pelos israelenses e seus aliados


Prisioneiro chora de emoção ao saber que será solto. Queda da Prisão de Khiam marcou fim da ocupação israelense

População libanesa comemorou junto com os combatentes da Resistência o fim da ocupação israelense

sábado, 17 de maio de 2008

REDE GLOBO DISTORCE HISTÓRIA DA PALESTINA

Mais uma mostra lamentável do jornalismo tendencioso e parcial promovido pela grande imprensa brasileira. Na noite desta sexta-feira (15/05) a Rede Globo de Televisão levou ao ar um Globo Repórter sobre “Israel”, dando mais uma mostra clara de que é um instrumento a serviço da manipulação vergonhosa da opinião pública brasileira. O telespectador desavisado, que assistiu ao programa sem ter qualquer referência – ou dotado apenas de conhecimento parcial – sobre a história da ocupação da Palestina e expulsão violenta dos árabes que habitavam o local hoje denominado “Israel” teve uma imagem distorcida da realidade.

O Globo Repórter desta sexta-feira fez um relato tendencioso da história, mostrando apenas um dos lados do fato. Os palestinos, oprimidos por um regime que não lhes dá os plenos direitos de cidadania conferidos a um imigrante judeu, não foram ouvidos. Muito menos aqueles que, há 60 anos, tiveram de fugir de suas casas para não serem vítimas do terrorismo judaico patrocinado por organizações como a Hagannah, Palmach, Irgun, Gangue Stern e o Lohamei Herut Israel, que estão na base da fundação do estado judeu. Os ataques a bomba e metralha dos terroristas destas organizações foram responsáveis pelo massacre de centenas de aldeias palestinas antes mesmo de 1948, pela morte de milhares de mulheres e crianças que, à força, tiveram de dar lugar à instalação de um “lar nacional judaico” onde antes viviam.

O Globo Repórter privilegiou as fontes judaicas, ouvindo apenas imigrantes judeus. Os palestinos aparecem como uma referência distante, como um “outro” que, ou está assimilado à sociedade do estado judeu – o que é uma mentira – ou é um inimigo violento a ser combatido, entre outras medidas, por um novo muro da vergonha. O repórter Alberto Gaspar esqueceu-se (?) de dizer que esse muro corta aldeias e propriedades palestinas, destrói casas, mesquitas, escolas e torna a vida dos palestinos – que vivem na região há milênios – um verdadeiro transtorno.

O Globo Repórter também não mencionou, em nenhum momento, as constantes violações aos direitos humanos perpetrados pelo estado judeu contra a população árabe da Palestina. Prisões, deportações, destruição de casas, assassinato de crianças e mulheres em bombardeios punitivos que não escolhem alvo não foram citados na reportagem, que cria uma imagem idealizada, parcial e, voltamos a assinalar, tendenciosa da realidade. Uma lição de mau jornalismo e de manipulação da opinião pública.

O Globo Repórter e seu repórter, Alberto Gaspar, tampouco mencionou a colonização criminosa que o estado judeu promove nos territórios ocupados mililitarmente da Cisjordânia, numa violação clara às resoluções da Organização das Nações Unidas e da Convenção de Genebra. Enquanto o governo mentiroso de Tel Aviv - essa sim a capital de "Israel" e não Jerusalém, como teimam em insistir os repórteres da Rede Globo - fala em promover a paz com os palestinos, prossegue e amplia a colonização de território árabe.

É preciso que a opinião pública brasileira se manifeste, pois está sendo enganada por uma rede de televisão que usa uma concessão pública para distorcer os fatos. O endereço para correspondência é http://globoreporter.globo.com

FONTE: IBEI


SUTILEZA GLOBAL

O Globo Repórter sobre "Israel", desta sexta-feira (16), usou e abusou de velhos expedientes deploráveis para difamar os muçulmanos e os árabes e embelezar os crimes dos judeus, os verdadeiros usurpadores de terras, mas que foram apresentados como "coitadinhos" inocentes.

No exato momento em que citou a palavra "terrorista" em um determinado trecho do programa, o Globo Repórter colocou a imagem de mulheres de hijab (véu), associando a imagem da mulher muçulmana ao terrorismo.

Em outra passagem, ao citar a palavra "sagrado", o programa mostrou a cruz e, em seguida, ao citar a palavra "profano", veiculou escritas em árabe em uma parede.

Toda vez que mostrava alguém rezando em uma mesquita, o programa colocava ao fundo uma música comercial que não tem nada haver com a religião, só para evitar que as pessoas escutem canções islâmicas ou ouçam trechos do Alcorão Sagrado.

O mesmo não aconteceu quando mostrava os judeus em suas sinagogas, sempre acompanhados de cânticos religiosos judaicos.

Em outra cena, ao entrevistar um beduíno, veiculou a frase de que as pessoas não visitavam uma determinada região da Palestina porque tinham "medo dos árabes".

O progama do Globo Repórter foi tendecioso, sem dúvida nenhuma. Mais do que isso, extrapolou o trabalho jornalístico para se tornar um instrumento propagandístico em favor do terrorismo israelita.

Inclusive, para estimular jovens brasileiros judeus a emigrarem e ingressarem no exército israelense. Isso ficou muito claro quando o repórter Alberto Gaspar entrevistou algumas judias européias que largaram seus países de origem para ingressar na vida militar de Israel e, futuramente, participar da matança de árabes, como se esta prática fosse algo bonito.

O Globo Repórter sobre "Israel' foi um verdadeiro presente dado pela família Marinho e a Rede Globo pelos 60 anos de terrorismo judaico na terra da Palestina.


RELAÇÕES PÚBLICAS

Em relação a esses programas veiculados em algumas emissoras de televisão e reportagens especiais publicadas em alguns sites sobre os 60 anos de Israel, podemos dizer que toda esta propaganda gratuita de distorção do que ocorre na Palestina não passa de um bem orquestrado trabalho de relações públicas realizado pelo governo terrorista israelense em cumplicidade com algumas empresas de comunicação do Brasil.

Estes veículos de comunicação são amplamente dominados por judeus sionistas ou por pessoas favoráveis aos crimes de Israel. É só olhar as redações, os conselhos editoriais, os sócios etc. Veremos que estas empresas não são imparciais quando o assunto é o conflito árabe-israelense.

Particularmente, aceitaria este comportamento se estas empresas se assumissem como imparciais. Ou seja, deixassem claro para a opinião pública que adotaram um lado do conflito. Porém, estes veículos de comunicação tentam iludibriar a população ao querer passar a falsa imagem de que cobrem de forma isenta os eventos no Oriente Médio.

Esta movimentação na mídia foi acompanhada de outras similares realizadas pelas diversas comunidades judaicas espalhadas pelo território brasileiro em que ficaram incubidas de realizarem atividades pró-Israel.

Todas estas atividades têm o objetivo de atrair a simpatia das pessoas para o terror israelense em um momento em que Israel vive um dos momentos mais difíceis de sua história em que os sionistas vêem os seus "inimigos" se fortalecerem dia após dia.

A importância que foi dada para que o aniversário de "60 anos de Israel" seja usado como forma de ganhar a opinião pública e atrair apoio ao Estado Sionista revela o inferno psicológico que os judeus vivem depois das derrotas militares impostas ao exército israelense pela resistência dos libaneses e dos palestinos.


sexta-feira, 16 de maio de 2008

LUZ NO FIM DO TÚNEL

A oposição libanesa suspendeu a desobediência civil que vinha fazendo contra o governo ilegítimo do primeiro-ministro Fouad Siniora, que é patrocinado pelos Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel.

A desobediência civil foi o mecanismo adotado pela oposição para forçar uma solução para a crise política que assola o país depois que os oposicionistas conseguiram por meio de ações militares obrigar o gabinete de Siniora a retroceder e anular duas decisões que sabotavam a resistência contra o Estado terrorista de Israel.

Um acordo foi alcançado sob o patrocínio da Liga Árabe para colocar um fim no conflito e estimular a retomada do diálogo entre a oposição e os grupos situacionistas.

O chefe da delegação árabe, o ministro de Relações Exteriores do Catar, Hamad bin Jassim bin Jabr Al-Thani, disse que o diálogo será retomado em Doha, capital do Catar.

Segundo Al-Thani, as partes se comprometeram a voltar ao diálogo e discutir a eleição do novo presidente do país, novas leis eleitorais para 2009 e a formação de um novo governo de unidade nacional. As armas da Resistência estão foram das negociações. Estas eram as principais demandas da oposição.

As estradas que haviam sido bloqueadas, incluindo aquelas que levam até o aeroporto, foram desobstruídas. Aviões partiram e aterrisaram hoje no aeroporto de Beirute.

É o Líbano voltando a normalidade depois de uma turbulência necessária para quebrar o impasse e forçar uma solução adequada para a crise.

Quem apostou na guerra civil ou sectária, perdeu. Não que o problema ainda esteja 100% resolvido. Mas agora que a oposição baixou a crista dos situacionistas que se revelaram fracos, apesar do apoio do Governo do genocida George W. Bush e da ditadura monárquica saudita, parece a solução que ficou mais fácil de ser alcançada.


terça-feira, 13 de maio de 2008

A CRISE POLÍTICA DO LÍBANO

A crise libanesa é política e não sectária. Ela está relacionada a divisão de poder que hoje se encontra nas mãos de poucos grupos políticos, alguns deles, sem nenhuma representatividade junto ao povo libanês.

Há quase dois anos, os grupos de oposição tentam forçar a renúncia do primeiro-ministro ilegítimo do Líbano, Fouad Siniora, como forma de abrir caminho para a composição de um novo governo de união nacional onde todas as forças políticas estejam representadas.

Siniora ocupa o cargo de primeiro-ministro de forma ilegítima desde novembro de 2006 quando todos os ministros representantes da comunidade dos muçulmanos xiitas deixaram o governo em protesto pelo modo como o chefe do gabinete governava o país.

Porém, ao invés de renunciar, e pressionado pelos seus patrocinadores norte-americanos, sauditas e israelenses, Siniora permaneceu no governo e até hoje se recusa a deixar a cadeira em uma atitude que lembra as demais ditaduras árabes apoiadas pelas "democracias" ocidentais.

O ridículo nessa história é que o presidente dos Estados Unidos, o genocida e assassino George W. Bush, diz que Siniora representa a democracia no Líbano. Como? Na democracia se supõe que quem governa é o povo. Não é o que acontece com a administração de Siniora onde uma grande parte da população não tem representantes.

As tentantivas de mostrar que a crise libanesa é sectária revela o desespero e o grau do fracasso que foi acometido o projeto dos Estados Unidos, da Arábia Saudita e de Israel de acabar com a resistência e dominar o Líbano.

Dizer que o "governo sunita" está sendo atacado por parte da "oposição xiita" é criminoso e uma distorsão sem fim.

Primeiro que não existe "governo sunita" no Líbano e nem pode ter porque a constituição do país não permite. O máximo permitido é que o primeiro-ministro escolhido seja desta comunidade (herança da divisão de poder que a França laica deixou de presente para os libaneses). Mas, nunca o governo pode ser todo sunita, xiita, maronita, druso ou ortodoxo. O gabinete ministerial precisa representar todas as comunidades, o que não acontece atualmente.

Segundo, a oposição não é composta só dos muçulmanos xiitas do Hezbollah e do Amal. Há também muçulmanos sunitas (Salim Hoss, Omar Karame, Fatah Iaken, Murabitun), cristãos maronitas (Michel Aoun, líder do Movimento Patriótico Livre, e Suleiman Frangieh) e drusos (Talal Arslan e Weam Wahab), além de alguns partidos da minoria armênia.

Outra menitra "safadinha" propagada pelo terror norte-americano-saudita-judaico por meio dos veículos de comunicação que controlam é quando dizem que "militantes estrangeiros xiitas ocuparam a Beirute sunita". Beirute não pertence aos sunitas. Beirute é uma capital cosmopolita, multicultural, multi-étnica, abrigo das mais diversas comunidades religiosas que compõe o Líbano.

Todos os bairros da capital libanesa possuem uma composição religiosa mista, incluindo, a área de Tariq Jedid, base da Corrente Mustaqbal, liderada pelo títere saudita, Saad Hariri.

Insistir no discurso sectário é uma forma de desviar a atenção das verdadeiras causas que resultaram na crise que assola hoje o Líbano. É um modo também de tentar minimizar a humilhação que os grupos de oposição impuseram aos governistas nos últimos confrontos. Uma forma de recuperar o prestígio perdido.

Só vai haver guerra sectária se Saad Hariri quiser. Pelo discurso que ele fez nesta terça-feira (13) e pelas declarações que seus patrocinadores sauditas, israelenses e norte-americanos deram sobre a crise libanesa, parece que a decisão de enveredar no caminho obscuro do sectarismo já foi adotada.

Resta saber agora se Saad Hariri e o grupo que ele representa vão ter condições de prosseguir nesta conspiração por muito tempo? Se depender dos últimos acontecimentos militares em Beirute, podemos dizer que não há muito o que se preocupar, pois a vitória da oposição é certa.


domingo, 11 de maio de 2008

DESOBEDIÊNCIA CIVIL

Depois de uma vitória militar esmagadora da oposição sobre suas milícias, os membros do governo ilegítimo do Líbano retrocederam e aceitaram voltar atrás na decisão de sabotar a rede de telecomunicações da Resistência e de afastar o chefe de segurança do aeroporto.

Porém, esta atitude não põe um fim na crise política que tem afetado o Líbano nos últimos tempos. É preciso resolver outras pendengas como a formação de um novo governo de união nacional e a aprovação de uma nova legislação eleitoral.

A estratégia agora é fazer um movimento de desobediência civil até a renúncia formal do atual governo.

A oposição abriu mão temporiaramente da opção militar. A decisão de entregar o controle da capital libanesa para o exército mostra a boa vontade da oposição e derruba a mentira propagada pelos governistas de que a intenção dos últimos acontecimentos era a realização de um golpe.

Se a oposição tivesse de fato esta intenção, ela teria levado a cabo este plano. A coisa mais fácil do mundo para os oposicionistas é tirar pela força o governo ilegítimo de Fouad Siniora do Palácio do Governo.

No pronunciamento que fez ontem, Siniora deu declarações que colocaram mais combustível na fogueira da crise libanesa. Deu a entender que vai continuar a desafiar os clamores do povo pela sua renúnia.

A confiança de Siniora reside no fato de que ele já recebeu o apoio de seus patrões: os Estados Unidos e a Arábia Saudita. Desrespeitar o desejo do povo não é um ato sábio. Quando o povo se enfurece, não tem apoio de países bandidos que dê jeito. A história que o diga.


sexta-feira, 9 de maio de 2008

GUERRA NECESSÁRIA

Na vida, tudo tem um limite. As pessoas podem aguentar serem injustiçadas por um tempo, mas não por todo o tempo. Um dia esta paciência estoura e uma atitude mais enérgica é tomada. Quando o opressor não se toca de que está na hora de parar por conta própria, o jeito é fazer ele mudar pela força.

É exatamente isso o que está acontecendo no Líbano, onde os grupos da oposição libanesa praticamente derrotaram as milícias pró-Israel e Estados Unidos integradas por membros de facções que estão controlando ilegalmente o Governo libanês.

Informações dão conta de que a oposição libanesa já domina quase toda a parte ocidental da capital Beirute, onde foram registrados ontem violentos confrontos.

Ainda há conflitos em algumas áreas, informou uma fonte libanesa ao blog Leitura Franca.

Membros das milícias pró-Israel e Estados Unidos se entregaram em massa tanto para a oposição quanto para o exército libanês e fugiram, deixando para trás várias bases que mantinham na capital libanesa.

Há informações também, não negadas até agora, de que o embaixador da Arábia Saudita no Líbano aconselhou o primeiro-ministro ilegítimo do Líbano, Fouad Siniora, a renunciar.

A renúncia de Siniora, que é apoiado por Israel, Estados Unidos e Arábia Saúdita, e a formação de um novo governo de união nacional, é a principal demanda dos grupos da oposição para botar fim a crise política que assola este pequeno país em tamanho, mas grande em seus problemas.

Apesar da violência, a guerra para colocar um fim nas injustiças praticados pelos bandidos e traidores que controlam ilegalmente o governo libanês foi necessária.

Para alguns analistas, a atitude da oposição foi preventiva e vai evitar uma guerra civil futuramente. Isto porque com a vitória militar, a oposição mostrou que é mais forte e que os partidários da situação não possuem condições de travar uma guerra maior.

O minímo que se espera agora é a que a oposição faça o trabalho completo e não deixe de lutar até a renúncia total e o julgamento daqueles que nos últimos dois anos venderam o Líbano para os inimigos dos libaneses: os Estados Unidos e Israel.

A decisão de guerrear contra os traidores foi correta e foi adotada depois de uma série de medidas tomadas ilegalmente para sabotar o maior orgulho do mundo árabe, e não só dos libaneses, que é a resistência comandada pelo Hezbollah contra Israel.

Mexer com a rede de telecomunicações usada pela resistência e que foi determinante nas vitórias dos libaneses sobre os terroristas judeus é um ato de traição.

Para quem não entende, esta rede telecomunicações é um sistema de telefones interligados entre si por cabos que foi montado para facilitar a comunicação entre os líderes da resistência e evitar espionagem por parte do inimigo israelense.

Porém, na última terça-feira, os membros do governo ilegítimo do Líbano, pressionados pelos seus patrocinadores norte-americanos, tomaram uma decisão de que vão desmantelar esta rede de telecomunicações.

Ao tomarem esta decisão, os traidores sabiam muito bem o que estavam fazendo e o tipo de reação que este ato de agressão iria gerar.

Primeiro porque a luta contra Israel não terminou e o Líbano ainda está em estado de guerra contra o terror judaico. Segundo, não tinham respaldo constitucional para tomar este tipo de decisão, uma vez que o atual governo perdeu legitimidade desde o final de 2006, quando renunciaram todos os ministros representantes dos muçulmanos xiitas, maior e mais importante comunidade religiosa do Líbano.

Pelas regras acordadas em Taef, que colocaram fim a guerra civil libanesa (1975-1990), quando uma comunidade inteira está fora do governo, este último perde a legitimidade.

É o que acontece atualmente no Líbano. Os muçulmanos xiitas não possuem representantes no Governo. Portanto, nenhuma decisão deste governo tem valor.

A solução é a renúncia do gabinete de ministros e a formação de um novo governo que represente de fatos todos os libaneses e não os interesses dos terroristas judeus e norte-americanos, inimigos declarados do Líbano.


quinta-feira, 1 de maio de 2008

SBT MENTE SOBRE A PALESTINA

O programa “SBT Repórter”, que foi ao ar na noite da última quarta-feira (30/04), apresentou uma versão parcial, tendenciosa e falsa da história da Palestina.

Agindo desta maneira, os profissionais que produziram, divulgaram e apresentaram tal programa, bem como a empresa de comunicação que lhes serviu de veículo, atentaram não apenas contra as normas do bom jornalismo, que deve contemplar as várias versões dos fatos.

Prejudicaram a população brasileira, que foi, mais uma vez, aviltada em seu direito à informação isenta. Uma triste página da trajetória do Sistema Brasileiro de Televisão, cujo proprietário, Senor Abravanel – popularmente conhecido por “Sílvio Santos” – , por sua origem, parece ter um interesse particular em falsear a história da Palestina.

O programa “SBT Repórter” apresentou a versão sionista da ocupação da Palestina. A subseqüente proclamação da independência de “Israel” é mostrada como o resultado da ação “heróica”, abnegada, de David Ben-Gurion, Golda Meir e outros próceres do sionismo. Os árabes – e os palestinos em particular – aparecem como os eternos inimigos do “estado judeu”.

Sua participação no programa se reduz à citação de dois personagens, dois palestinos, que escolhem deixar a Palestina ante a independência de “Israel” e o apoio dado à “nova nação” pela comunidade internacional.

Pois bem, esta é uma versão dos fatos. Faltou a versão palestina. O programa “SBT Repórter” não citou, nem uma vez sequer, que o “estado de Israel” se assenta sobre a ação terrorista de grupos sionistas como a Gangue Stern, Palmach, Irgun, Lohamei Herut Israel e a Hagannah. Sim.

Os que apontam hoje, hipócrita e criticamente contra a ação dos “terroristas” palestinos, não mencionam esta página negra da história de “Israel”. Antes de 1948, aldeias palestinas inteiras foram massacradas a golpe de baioneta, granadas e metralhadoras dos terroristas sionistas.

Uma das ações terroristas judaicas mais célebres foi o massacre da aldeia de Deir Yassin, entre os dias 09 e 11 de abril de 1948 - uma das cerca de 120 aldeias árabes destruidas pelo terror judaico. Pela manhã, terroristas sionistas da Hagannah e Irgun invadiram o local e massacraram homens e mulheres, idosos e crianças. O objetivo era espalhar o terror entre a população árabe que vivia na Palestina desde tempos imemoriais, expulsando-a e abrindo espaço vital para a futura ocupação de imigrantes judeus de todo o mundo.

Os nazistas já haviam usado o termo lebensraum para se referir à criação desse "espaço vital" quando se lançaram à invasão e ocupação da Áustria, Polônia, Tchecoslováquia e, mais tarde, da Europa inteira, na II Guerra Mundial.

Outro atentado terrorista judaico célebre foi a explosão do Hotel King David, em Jerusalém, no dia 22 de julho de 1946. O edifício servia de sede para as tropas britânicas na Palestina, sobre a qual a Grã-Bretanha exercia mandato conferido pela Liga das Nações, logo após o fim da II Guerra Mundial. Pois bem, terroristas do Irgun, entre os quais figurava o futuro primeiro-ministro de “Israel”, Mieczyslaw Biegun – mais conhecido por Menachem Begin – plantaram uma bomba no prédio, que veio abaixo, soterrando não apenas os soldados britânicos, mas dezenas de civis que transitavam pelo local.

Estes, porém, são apenas duas das incontáveis ações terroristas judaicas que o programa “SBT Repórter”, cuja emissora é de propriedade do empresário e apresentador israelita Senor Abravanel, não contou ao público brasileiro.

A história da criação do “estado de Israel” é a história da tentativa de destruição de um povo – os palestinos – e sua memória, representada não penas pela terra arrasada em que se tornaram centenas de aldeias palestinas antes, durante e após a Nakba – Tragédia – de 1948, mas pelo desrespeito que o terrorismo sionista demonstra, historicamente, por tudo o que não é judaico na Palestina ocupada.

Bairros árabes, hoje, são ocupados por shopping centers e hotéis de luxo. Casas de palestinos, como a que abrigou a família do célebre intelectual palestino Edward Said, no bairro de Talbiya, servem, hoje, de abrigo a grupos fundamentalistas evangélicos que apóiam Israel incondicionalmente. Abaixo, um breve relato do que significou para importantes templos cristãos a “libertação” da Palestina pelos colonos e terroristas sionistas nos últimos 60 anos:

1. O hospício “Notre Dame de France”, grande parte do qual foi destruído como resultado da ocupação judaica.
2. O Convento das Irmãs Curadoras foi incendiado e quase que completamente destruído.
3. A torre e a igreja do Monastério dos Padres Beneditinos foi danificado como resultado de ter sido ocupado.
4. O Seminário de Sta. Anna foi atingido por duas bombas morteiros: a primeira no dia 17 de maio, 1948, e a segunda dia 19 de maio de 1948, destruindo paredes e ferindo os refugiados ali abrigados.
5. A Igreja de São Constantino e Helena, que é contígua à Igreja do Santo Sepulcro, foi atingida em 178 de maio de 1948 por uma bomba, cujos fragmentos danificaram também o domo do Santo Sepulcro.
6. O Patriarcado Armênio Ortodoxo foi atingido por cerca de cem bombas morteiros lançadas por sionistas desde o Monastério dos Padres Beneditinos no Monte Sion. As bombas danificaram o Convento de São Jacob, o Convento dos Arcanjos e suas duas igrejas, suas duas escolas primárias e seminários, e sua biblioteca. Oito dentre os refugiados foram mortos e 120, feridos.
7. A entrada da igreja de São Marco, pertencente aos Sírios Ortodoxos, foi atingida em 17 de maio de 1948, por um morteiro que matou o monge Peter Saymy, secretário do Bispo, e feriu mais duas pessoas.
8. O Convento de São Jorge, dos Gregos Ortodoxos, que é contíguo à Catedral católica Grega, foi atingido em 18 de maio de 1948 por um morteiro que quebrou as telhas e as janelas da catedral.
9. O Convento de São João, dos Gregos Ortodoxos, contíguo à Basílica do Santo Sepulcro, recebeu no seu telhado um morteiro, em 23 de maio de 1948. Nas proximidades, o Convento de São Abraão e o Convento de Spiridon foram atingidos.
10. O Convento do Arcanjo pertencente ao Patriarcado Copta, situado sobre o grotto da Sagrada Cruz, formando parte da Basílica do Santo Sepulcro, foi atingido por um morteiro que danificou o seu telhado em 23 de maio de 1948.
11. O patriarcado Grego Ortodoxo foi atingido por morteiros em 23 e 24 de maio de 1948, ferindo vários que estavam refugiados no seu interior.
12. O grande convento Franciscano (São Salvador) situado próximo ao Sto. Sepulcro, recebeu morteiros em 19, 23, 24 e 28 de maio, 1948, causando danos ao orfanato, secretariado geral, e atingindo casas nas proximidades, ferindo e matando crianças ali abrigadas.
13. Em 23, 26, 27 e 28 de maio, 1948, o Patriarcado Latino foi atingido por morteiros que danificaram o Palácio Patriarcal, principalmente a Catedral.
14. O Patriarcado Católico Grego foi atingido por bombas morteiros em 16 e 29 de maio, 1948, danificando o edifício e ferindo algumas pessoas.

Devemos citar o risco que correm, também, as mesquitas e locais sagrados dos muçulmanos na terra ocupada da Palestina. Hajam vistas as escavações realizadas por “arqueólogos” israelenses nas imediações da Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, de onde o Profeta Muhammad (s.a.a.a.s.) ascendeu aos céus. O mundo inteiro deve vigiar diuturnamente o que é feito nas proximidades de Al-Aqsa.

O passado de Israel o condena. Um país que solenemente e de forma recorrente desobedece todas as Resoluções da ONU que exigem retirada incondicional das tropas de ocupação dos territórios árabes e o respeito ao direito de retorno dos 1,5 milhão de palestinos refugiados no mundo inteiro não é tão inocente ao ponto de prescindir da vigilância dos muçulmanos quanto à preservação dos seus lugares sagrados. Apenas a atenção constante e o espírito alerta podem garantir que Al-Aqsa, como centenas de templos cristãos e islâmicos na Palestina ocupada, não será destruída.

Contudo, a sanha destruidora de Israel não se deteve em 1948. Algo que o programa “SBT Repórter” também sonegou à opinião pública brasileira é que o assassinato de civis palestinos inocentes e a destruição de templos islâmicos e cristãos, casas, estabelecimentos comerciais e plantações, muitas vezes de aldeias palestinas inteiras, continua na Palestina ocupada. Alguns destes imóveis estão no caminho do famigerado muro que quer separar a Cisjordânia do restante da Palestina.

Um exemplo é o da aldeia de Daba’a. Em janeiro de 2003, as autoridades que levantam este novo Muro da Vergonha ordenaram que fossem removidos todos os “obstáculos” à sua construção, o que implicou na demolição de 42 casas palestinas, da escola e da mesquita da aldeia – que ficavam no caminho. E Daba’a é apenas um caso.

Em fevereiro também de 2003, três mil palestinos que viviam na vila de Tal Al-Maleh, em Naqab (ou Neguev), no Sul de Israel, não tiveram onde fazer as orações do ‘Id Al-Adha (Festa do Sacrifício), ao final da Peregrinação (Hajj). Motivo: a mesquita da aldeia havia sido destruída pelas autoridades israelenses, sob a desculpa de que havia sido construída “sem licença”.

No dia 16 de março de 2004, as forças de ocupação israelenses dinamitaram o campus da Universidade Al-Aqsa, em Gaza, levando de roldão dezenas de residências nos arredores – não nos esqueçamos que 2004 foi o ano da terrível destruição ocorrida em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, em que dezenas de civis – homens, mulheres, crianças e idosos – foram mortos e centenas casas, estabelecimentos comerciais e religiosos foram destruídos, primeiramente por artilharia e bombardeio aéreo israelense e, depois, por bulldozers.

Em 2005, foi a vez da destruição da aldeia palestina de Dar Al-Hanun, estabelecida em 1925, mas “não reconhecida” pelas autoridades israelenses.

Outro caso: no dia 1º de junho do mesmo ano, o ministro interino da Habitação de Israel, Ruhama Avraham, declarava ao jornal israelense Ha’aretz que “A demolição de casas na região de Silwan, na Jerusalém Oriental pode levar à prisão de alguns moradores, mas o governo não tem a intenção de capitular”.

Vale lembrar, que Silwan (ou Siloé) é uma área de população predominantemente árabe em Jerusalém. A destruição de casas palestinas naquele bairro tem por objetivo “limpar” o terreno para instalar colônias judaicas, uma prática comum, aliás, em muitos vilarejos árabes, destruídos para dar lugar a elegantes bairros onde são abrigados imigrantes vindos da Rússia, Ucrânia, Polônia, Alemanha, Estados Unidos... Tal procedimento é mais um claro desrespeito do Estado de Israel às convenções de guerra internacionais e às resoluções da ONU, que proíbem a colonização de áreas civis sob ocupação militar.

O programa “SBT Repórter” também não fez nenhuma menção ao cerco a que estão submetidos 1,4 milhão de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, o maior campo de concentração do mundo. Os árabes que vivem ali, confinados, estão totalmente à mercê da “boa-vontade” das autoridades do “estado democrático de Israel”.

A conseqüência é a restrição imposta à entrada de alimentos, combustível, remédios e outros gêneros essenciais para a sobrevivência da população palestina, o que gera um problema de caráter humanitário poucas vezes visto na história da humanidade.

O programa “SBT Repórter” não contou à população brasileira, ainda, que a colonização judaica na Cisjordânia – uma afronta às normas do Direito Internacional, repetimos – continua, num claro atentado não só aos direitos dos povos – neste caso o palestino – mas às conversações de paz. De um lado, o governo israelense se diz interessado em manter o diálogo com o Sr. Mahmoud Abbas; de outro, estimula aceleradamente a colonização de terras árabes, para criar um fato consumado.

Muito mais poderia ser dito sobre os crimes, o terrorismo, a hipocrisia das autoridades do “estado de Israel”, nestes 60 anos de Nakba, de Tragédia, de vergonha na Palestina. Nós, do Instituto Brasileiro de Estudos Islâmicos, esperamos que estas poucas palavras aqui colocadas sirvam como um humilde contrapeso às meias-verdades contadas pelo apresentador César Filho neste lamentável programa “SBT Repórter”. E que a população brasileira esteja sempre alerta a estas tentativas recorrentes de manipulação da opinião pública.

FONTE: IBEI